Sabe aquela sensação de ir longe demais para poder voltar?
Então... tem aquela nave, Apolo 13. Eles estavam indo para a Lua. Missão importante, né? Ainda mais na década de 60 e começo da 70, quando missões espaciais definiram grande parte dos acontecimentos nesta década.
Então... Apolo 13, indo para a Lua.
Só que chega um ponto que acontece um acidente de percurso. E os astronautas descobrem que eles não poderão voltar do ponto onde eles estão. E também não terão condições de pousar na Lua. Eles terão que dar a volta completa na Lua para poder retornar a Terra. Ou seja, além de não poder completar a missão, eles terão que ver a Lua ao longe para , então, voltar para seus lares.
Tudo bem que o restante da história é simplesmente eles se manterem vivos e o grave seria passar pela face escura da Lua. Mas isso não é importante. O importante é: o que fazer quando o que deveria ser simples, o que é previsto, torna-se imprevisto?
Acompanhando os humanos e sua vida, seus prazeres e dores, percebo que situações imprevistas, ou mesmo previstas, geram mudanças e transformam a todos. Ninguém consegue simplesmente voltar ao ponto de onde estava sem antes dar a volta completa pela Lua... Nenhum deles consegue voltar a sua vida anterior ao vislumbrarem essa percepção exterior.
Como em Thelma e Louise... grande filme! No momento de decisão, elas sabem que a vida anterior não mais era o seu lugar.
Ou em Senhor dos Anéis: como voltar a vida anterior quando você começa a entender, que ali não é mais o seu lugar. Você mudou, você cresceu... você sofreu. Você não é mais a mesma pessoa. Você não pode ficar ali, porque não é mais o seu lugar.
E como seguir em frente, então, quando sua situação atual não permite? Quando sua realidade exige a presença do seu outro “eu” ... o “eu” que não faz mais parte da sua vida? O que fazer quando tudo para você diz para seguir em frente e você não pode?
Não há respostas prontas e nem fórmulas pré estabelecidas para caminhos que devemos tomar. Mas sempre há cafés e boas padarias para sentar e tomar um suco, ou uma média (adoro os nomes que os humanos criam para as coisas) para pensar na vida... e para onde ir!
Um dia, cansada da vida do Olimpo, enjoada de ter que observar sacríficios, conceder graças, ter homens (e mulheres) jogando-se aos meus pés por causa de minha beleza, eu, Vênus (ou Afrodite), resolvi vir a São Paulo. Aqui descobri que nem todas as intrigas e aventuras do Olimpo poderiam conceder-me tamanho prazer do que esta cidade. Feliz por essa descoberta, chamei Sappho, poetisa, para escrever sobre a cidade e viver as corretas transgressões do dia-a-dia. E assim, começa mais uma aventura...
segunda-feira, 31 de janeiro de 2011
terça-feira, 25 de janeiro de 2011
você é tão trivial...
Aqui estou eu... é noite, de um dia qualquer. E eu estava pensando ser a pessoa mais importante do mundo. Afinal, deuses devem se sentir assim, né? Até que eu ouvi Sappho chorando no outro canto da casa. Sim, chorando... eu espero até que ela se afaste do computador (onde passa horas e horas trabalhando incessantemente... assim acho que é...) e vá até o banheiro recompor-se. E eu vejo que ela estava escrevendo sobre um de seus casos amorosos mais dolorosos. Primeiro: não sei a razão de dissecar constantemente relacionamentos antigos. Sei que os poetas, escritores, cantores, artistas e por aí vai tiram seus melhores trabalhos da sua maior dor. Ver que Amy Winehouse fez um grande cd após uma desilusão amorosa. E de tanto que foi forçada a cantar a respeito, acabou perdendo parte da dignidade aos olhos de todos. Mas isso é outra história. Assim como a eterna divagação sobre casos que não deram certo, geralmente por detalhes, também não é a questão.
A questão aqui é que eu não sou deusa de ninguém, nem razão para ninguém que não queira que eu seja essa razão.
Assim como eu não sairia de casa por ninguém que valesse a pena. Somos os deuses outras pessoas, e tratamos outras pessoas como deuses.
Certa vez, eu ouvi da Tori Amos em uma de suas músicas:"você pode me fazer gozar, mas isso não te torna Jesus". Essa é a verdade pura e incontestável. Você só é alguém na vida de outrém se for permitido. Caso contrário, você é só mais alguém que passou por ali. Nada mais.
E você é tão trivial. Tudo é trivial. O que torna importante é o valor atribuido para aquele momento. O quanto você foi necessário para aquele instante. E depois disso... trivialidade. Tanto quanto o arroz e feijão para o brasileiro. Ou moussaka para um grego. Ou pimenta para um mexicano.
A coisa boa da trivialidade é que meses depois de afastamento, vem a saudade imensurável de como você podia ser feliz e não fez nada para mudar. Como acrescentar um bife ao arroz e feijão... Ou um azeite na moussaka. Ou mais feijão na pimenta.
A questão aqui é que eu não sou deusa de ninguém, nem razão para ninguém que não queira que eu seja essa razão.
Assim como eu não sairia de casa por ninguém que valesse a pena. Somos os deuses outras pessoas, e tratamos outras pessoas como deuses.
Certa vez, eu ouvi da Tori Amos em uma de suas músicas:"você pode me fazer gozar, mas isso não te torna Jesus". Essa é a verdade pura e incontestável. Você só é alguém na vida de outrém se for permitido. Caso contrário, você é só mais alguém que passou por ali. Nada mais.
E você é tão trivial. Tudo é trivial. O que torna importante é o valor atribuido para aquele momento. O quanto você foi necessário para aquele instante. E depois disso... trivialidade. Tanto quanto o arroz e feijão para o brasileiro. Ou moussaka para um grego. Ou pimenta para um mexicano.
A coisa boa da trivialidade é que meses depois de afastamento, vem a saudade imensurável de como você podia ser feliz e não fez nada para mudar. Como acrescentar um bife ao arroz e feijão... Ou um azeite na moussaka. Ou mais feijão na pimenta.
terça-feira, 11 de janeiro de 2011
Seja você...
Sim, eu sei... houve um sumiço. Desaparecimento. Pensamos que nunca mais voltaríamos. Mas... cá estamos! Firmes e fortes.
Viagens ao redor do mundo nessa época do ano - Natal, Ano Novo, férias - são obrigatórias. Afinal, eu sou uma deusa do amor! E essa é a época que as pessoas amam! Sentem-se possuídas por algo maior do que elas, sentem-se felizes por estarem com suas famílias, agradecidas por terem uma família, caridosas com os mais pobres e infelizes; as pessoas sentem-se generosas por terem tanto e querem dividir tudo isso.
Amam tanto que uma aura gira forte ao redor do corpo delas, irradiando luz para todos os que vêem. Época que os orfanatos ficam cheios com os padrinhos; que os albergues recebem a melhor comida; que uma obrigação se torna disposição: receber aquele tio que ninguém quer receber, fazer a ceia para aquela pessoa indesejável... adotar um bichinho de rua em um abrigo.
Sabe o que é legal nessa época? É que todos irradiam tanto amor, tanta paz e compreensão, promessa de vida nova quando vai chegando 31/12... esperança! A esperança brilha nos olhos das pessoas.
Agora... interessante, porque chega Janeiro e tudo se esvai. Acaba-se a caridade... sobram-se poucos que amam... o calendário vira, as resoluções fluem ralo abaixo junto com a chuva porque, na verdade, Dezembro é um mês como Janeiro, Fevereiro.... e por aí vai. Dezembro também termina. E começa janeiro.
Não estou sendo pessimista, nem nada. E nem estou especificando nada. Estou generalizando as coisas como eu vejo. Como eu sei que elas são. Não estou dizendo para deixarem de amar, ou de fazer caridades... mas por que tudo não pode acontecer todos os meses do ano? Por que somente 01 mês?
Eu faço meu trabalho, faço todos amarem e se apaixonarem, mas para que isso aconteça as pessoas também devem estar abertas a isso. Deixa eu contar um segredo: ninguém, nem os deuses, tem o poder sobre você se você não estiver disposto a ceder esse poder.
Seja você, sempre, nunca a época do ano que você vive. Siga o que você acredita ser correto, não o que os outros dizem, o que as campanhas publicitárias dizem... Que as esperanças sejam suas, não o clima traduzido pelas outras pessoas... caso contrário , nada, nunca, vai mudar.
Viagens ao redor do mundo nessa época do ano - Natal, Ano Novo, férias - são obrigatórias. Afinal, eu sou uma deusa do amor! E essa é a época que as pessoas amam! Sentem-se possuídas por algo maior do que elas, sentem-se felizes por estarem com suas famílias, agradecidas por terem uma família, caridosas com os mais pobres e infelizes; as pessoas sentem-se generosas por terem tanto e querem dividir tudo isso.
Amam tanto que uma aura gira forte ao redor do corpo delas, irradiando luz para todos os que vêem. Época que os orfanatos ficam cheios com os padrinhos; que os albergues recebem a melhor comida; que uma obrigação se torna disposição: receber aquele tio que ninguém quer receber, fazer a ceia para aquela pessoa indesejável... adotar um bichinho de rua em um abrigo.
Sabe o que é legal nessa época? É que todos irradiam tanto amor, tanta paz e compreensão, promessa de vida nova quando vai chegando 31/12... esperança! A esperança brilha nos olhos das pessoas.
Agora... interessante, porque chega Janeiro e tudo se esvai. Acaba-se a caridade... sobram-se poucos que amam... o calendário vira, as resoluções fluem ralo abaixo junto com a chuva porque, na verdade, Dezembro é um mês como Janeiro, Fevereiro.... e por aí vai. Dezembro também termina. E começa janeiro.
Não estou sendo pessimista, nem nada. E nem estou especificando nada. Estou generalizando as coisas como eu vejo. Como eu sei que elas são. Não estou dizendo para deixarem de amar, ou de fazer caridades... mas por que tudo não pode acontecer todos os meses do ano? Por que somente 01 mês?
Eu faço meu trabalho, faço todos amarem e se apaixonarem, mas para que isso aconteça as pessoas também devem estar abertas a isso. Deixa eu contar um segredo: ninguém, nem os deuses, tem o poder sobre você se você não estiver disposto a ceder esse poder.
Seja você, sempre, nunca a época do ano que você vive. Siga o que você acredita ser correto, não o que os outros dizem, o que as campanhas publicitárias dizem... Que as esperanças sejam suas, não o clima traduzido pelas outras pessoas... caso contrário , nada, nunca, vai mudar.
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