terça-feira, 25 de janeiro de 2011

você é tão trivial...

Aqui estou eu... é noite, de um dia qualquer. E eu estava pensando ser a pessoa mais importante do mundo. Afinal, deuses devem se sentir assim, né? Até que eu ouvi Sappho chorando no outro canto da casa. Sim, chorando... eu espero até que ela se afaste do computador (onde passa horas e horas trabalhando incessantemente... assim acho que é...) e vá até o banheiro recompor-se. E eu vejo que ela estava escrevendo sobre um de seus casos amorosos mais dolorosos. Primeiro: não sei a razão de dissecar constantemente relacionamentos antigos. Sei que os poetas, escritores, cantores, artistas e por aí vai tiram seus melhores trabalhos da sua maior dor. Ver que Amy Winehouse fez um grande cd após uma desilusão amorosa. E de tanto que foi forçada a cantar a respeito, acabou perdendo parte da dignidade aos olhos de todos. Mas isso é outra história. Assim como a eterna divagação sobre casos que não deram certo, geralmente por detalhes, também não é a questão.

A questão aqui é que eu não sou deusa de ninguém, nem razão para ninguém que não queira que eu seja essa razão.

Assim como eu não sairia de casa por ninguém que valesse a pena. Somos os deuses outras pessoas, e tratamos outras pessoas como deuses.

Certa vez, eu ouvi da Tori Amos em uma de suas músicas:"você pode me fazer gozar, mas isso não te torna Jesus". Essa é a verdade pura e incontestável. Você só é alguém na vida de outrém se for permitido. Caso contrário, você é só mais alguém que passou por ali. Nada mais.

E você é tão trivial. Tudo é trivial. O que torna importante é o valor atribuido para aquele momento. O quanto você foi necessário para aquele instante. E depois disso... trivialidade. Tanto quanto o arroz e feijão para o brasileiro. Ou moussaka para um grego. Ou pimenta para um mexicano.

A coisa boa da trivialidade é que meses depois de afastamento, vem a saudade imensurável de como você podia ser feliz e não fez nada para mudar. Como acrescentar um bife ao arroz e feijão... Ou um azeite na moussaka. Ou mais feijão na pimenta.

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