terça-feira, 30 de março de 2010

Rainy night... Sunny day

"Se você julgar as pessoas, não terá tempo para elas", disse Madre Teresa, certa vez. Essa mulher foi mais do que Zeus jamais foi para toda Grécia. As vezes, até mais do que os mortais mereciam...

Bem... só sei que o Olimpo pode ser a chatice que for (não estou contando noites de festa, ou comemorações) mas tem uma vantagem diante desta terra: não alaga.

Uma das coisas que mais percebo é como cai água do céu sobre essa cidade. E como pode alagar tanto. Outra coisa que percebi logo que cheguei é que os mortais realmente gostam de seus carros. Bem, eu também gostaria se minha vida dependesse de entrar dentro dos coletivos gigantesco, entulhados de pessoas que se espremem, e que a maioria dirige-se para um lugar que detestam executar um trabalho que execram, somente pelo vil metal, que em muitos casos serve somente para que eles sobrevivam, não vivam. Ei, não estou aqui para julgar. Cada um com seus problemas. Ser bela e antropóloga é o meu. Ser mortal e pobre, o de todos os outros.

Mas, voltando ao tópico, o Olimpo não alaga. Zeus não permitiria jamais ver seu lar, pelo qual é responsável alagando.

Outra constatação: a Grécia nunca alagou, apesar de todos saberem que Poseidon não se incomodaria nem um pouco se isso acontecesse. Mas Zeus não permitiria pelo simples fato que a beleza de sua terra feneceria, e todo o seu povo daria mais trabalho para ele. As mulheres perderiam sua beleza e os homens, seu vigor. Um povo cansado, com sua auto-estima reduzida, é um povo quase derrotado. Fraco. Corruptível.

Por isso não entendo qual a vantagem de permitir que a cidade alague. Não é um desastre natural, como acontece em alguns locais do mundo. É um problema pontual. O equivalente a Zeus dessa cidade simplesmente não vê o que acontece com seu povo.

Repito: não estou aqui para julgar, cada um com seus problemas. Afinal, eu me teleporto e posso voar. E meu negócio é diversão.

Só que tem algo que perturba meu ser e minha ordem na condição da maioria dos mortais. A partir do momento que você tem um povo cansado, pobre, corruptível, você tem pessoas que buscam diversão em algo doce, que alivie as tormentas diárias e eleve a auto-estima. E esse algo doce é algo que eu posso proporcionar. O amor. Paixão. O desejo de amar desses mortais é inebriante, sufocante. Tenho que me controlar muito para não ceder a essa vontade, para não intoxica-los com minha doçura.

Mas esse é um tópico para outro momento.

Agora, eu preciso tomar café da manhã, pois aqui, Ambrosia é comprada no Empório Santa Luzia, na Alameda Lorena, e vem em vidros lacrados. Aliás... bem melhor do que servida pela Hebe (não a Hebe da TV... que não tem nada a ver com a Hebe que nos servia no Olimpo).

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