segunda-feira, 29 de março de 2010

Vida em São Paulo

"Os homens vão para cama com Gilda e acordam comigo", disse um dia Rita Hayworth, uma das deusas terrenas, se é que isso pode existir...
Comigo, não acontece isso. Não há decepção. Há somente paixão e morte... Ninguém merece.

Bem, essa foi uma apresentação sucinta de como minha vida era no Olimpo. Zeus e seus impulsos luxuriosos por tudo e todos. Juno com seu humor variando. Atenas só se diverte jogando xadrez... Os mortais trucidando outros pensando que eu sou a imagem da perfeição; tédio, fazendo um mortal se apaixonar por outro, mesmo sabendo que isso somente traria tragédias...
Não me divertia mais naquele lugar. Cansei.

E alguém, algum mortal... ou seria algum semi-deus, tipo Orfeus, que canta em todos os lugares, disse que essa cidade seria interessante de conhecer. E por isso vim. Desde então, acho que já faz uns 30 anos, eu simplesmente não consigo sair dessa cidade. Tudo pulsa, tudo vibra. Restaurantes vêm, vão. Cinemas vêm, vão. Casas noturnas vêm, vão, viram casas de prostituição, hotéis... É renovação pura!
Mas algumas coisas ficam; o que fica, pegue minha mão e vá conhecer. O que não fica, bem, tente conhecer antes que acabe, pois novidade que é novidade, é bom enquanto é novo.

E, depois que conheci, chamei Sapho, que sempre gostou de beleza e cultura e cansou-se da vida em Lesbos e em Paris, que ela já visitou milhares de vezes e precisava de ares novos para transpirar suas palavras de ouro.

E cá estamos... Um espresso após o outro.

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