Lembra aquela festa de arromba?
Aquela noite com sua(seu) melhor amiga(o) que vocês aprontaram de tudo, arrasaram na festa, ficaram com os(as) caras/meninas mais gatos (as), fizeram amizade com os DJs, foram as estrelas? Outras baladas foram boas mas nenhuma se equiparou a aquela noite... “A” noite. “A”...
Anos depois, vocês encontram-se e começam a conversar, reviver o passado, colocar tudo em dia. E, claro, que AQUELA festa não pode faltar. Foi a melhor noite de sua vida. Começo, meio e fim perfeitos. Aquele dia não pode faltar.
E... sua amiga, aquela que acompanhou tudo, e viveu o dia de glória com você, a noite em que a sintonia não poderia ser mais perfeita, para ela, não existiu.
Você não está louca. Ela estava lá. Ela viu tudo. Só que ela não lembra. Simplesmente isso. Ela não se recorda. Para ela, foi mais uma noite que ela incluiu na lista de noites boas que ela teve e se mesclou com as outras. Foi apenas uma lagrima na chuva, um ladrilho branco no banheiro branco!
Não é culpa dela. Ela bebeu... se distraiu... teve outras noites melhores, com ou sem você! Não importa. Os significados não são os mesmos.
Claro que quando tudo é mútuo é melhor. Amizades sólidas e gigantes costumam vir do caldo da reciprocidade e de significados semelhantes. Mas o fato de não existir a lembrança para um assunto ou outro não se tira o fato de sentimento não existir. Pelo contrário, ele está lá. Afinal, ela ainda é sua amiga, mesmo não lembrando daquela noite.
E quantas coisas que potencializamos na vida e colocamos como sendo algo grande, como sendo o fundamento de nossa existência e, na verdade não passou de um momento no universo. Isso é ruim? Pelo contrário: é ótimo! Sentir-se grande, sentir-se bom, sentir-se feliz é recompensador. A vida valeu a pena. E feliz é o ser humano que sentiu-se assim pelo menos uma vez.
Lembrando-se sempre que toda situação pode inverter, afinal, não estamos isentos de termos vivido momentos que não foram tão bons assim, mas para outro alguém, seu amigo, namorado, irmão, irmã, acabou sendo a razão de ser feliz? E isso não é crime algum!
By Sappho
Um dia, cansada da vida do Olimpo, enjoada de ter que observar sacríficios, conceder graças, ter homens (e mulheres) jogando-se aos meus pés por causa de minha beleza, eu, Vênus (ou Afrodite), resolvi vir a São Paulo. Aqui descobri que nem todas as intrigas e aventuras do Olimpo poderiam conceder-me tamanho prazer do que esta cidade. Feliz por essa descoberta, chamei Sappho, poetisa, para escrever sobre a cidade e viver as corretas transgressões do dia-a-dia. E assim, começa mais uma aventura...
segunda-feira, 30 de agosto de 2010
quinta-feira, 19 de agosto de 2010
Uma letra em muitos livros
Ontem fui a Bienal do Livro, com a Sappho. Chegamos lá as 14h e saímos as 22h. Sim, Sappho fez isso comigo. Ela gosta de ler. Adora perder-se nos livros. E os milênios de estudo acabaram sendo proveitosos, pois ela pratica leitura dinâmica. Vários livros devorados em minutos.
Claro que essa necessidade de armazenar coisas em seu cérebro deve fazer com que tenha que esquecer outras coisas. E isso é bom. Repôr o velho com o novo. Respirar literatura. Respirar novidade, mesmo tendo o antigo em mente. E eliminar do cérebro aquilo que não mais é necessário para sua realidade.
Eu a vejo lendo livros que ela já conhece há séculos, como se fosse algo novo. Ela sempre diz: "nunca se sabe o que eu poderia reaproveitar para agora".
Reciclar informações também é bom. Afinal, todo ser humano vive um momento específico. As vezes, aquela frase proferida não faz sentido a você até que venha o momento certo em que tudo se encaixa.
Anyway, caminhando pela Bienal, repleta de livros, posto-me em frente a estante de livros sobre mitologia grega. É interessante ler sua história contada por outros... principalmente por pessoas que não estavam lá. Nem preciso dizer o que penso disso.
É mais interessante ainda em vermos como a "mitologia grega" incentivou muitos psicanalistas a criarem analogias de males atuais em função da história vivida no passado... bem distante, diga-se de passagem.
Livros de mitologia grega, para mim, são como livros de fofocas. As evidências são duvidosas e, claro está, as imagens de Afrodite não chegam nem aos pés de quem eu sou e de como me pareço! Oh, se eu pudesse, esmagaria esses artistas e faria-os retratarem-me como realmente sou!
Mas fui para ver o brilho nos olhos de Sappho e, claro, vêr seu gozo ao descobrir livros que ela escreveu sob pseudônimo, ou traduziu. Vem correndo para me mostrar. Ai, é fofa demais!
Outra coisa que me perturba em lugares assim é eu ter que ocultar meu encanto natural, caso contrário nenhum ser humano poderia deixar de me admirar quando eu passo. (isso não está nos livros de "mitologia")
Portanto, tenho que me ocultar, ser apenas uma mulher bonita, o que não é fácil para mim. Mas não fico chateada em não ser o centro das atrações quando a atração principal são as letras. Não fico chateada em ser apenas mais uma letra. E também porque eu prometi a Sappho que não faria isso ou ela não me deixaria vir...
... mas devo confessar que quando Sappho me esqueceu por alguns segundos, deixei parte do meu encanto natural surgir. Eu vi e senti os atendentes do stand em êxtase, ereções, cheiros de excitação e felicidade no ar, olhos brilhando em minha direção, oferendas sendo adquiridas. Tive que parar ou Sappho veria e me beliscaria de novo! Aiaiaiai... Acho que Sappho não virá no último dia, que é domingo! E deve ser o dia que estará mais cheio, não?
Claro que essa necessidade de armazenar coisas em seu cérebro deve fazer com que tenha que esquecer outras coisas. E isso é bom. Repôr o velho com o novo. Respirar literatura. Respirar novidade, mesmo tendo o antigo em mente. E eliminar do cérebro aquilo que não mais é necessário para sua realidade.
Eu a vejo lendo livros que ela já conhece há séculos, como se fosse algo novo. Ela sempre diz: "nunca se sabe o que eu poderia reaproveitar para agora".
Reciclar informações também é bom. Afinal, todo ser humano vive um momento específico. As vezes, aquela frase proferida não faz sentido a você até que venha o momento certo em que tudo se encaixa.
Anyway, caminhando pela Bienal, repleta de livros, posto-me em frente a estante de livros sobre mitologia grega. É interessante ler sua história contada por outros... principalmente por pessoas que não estavam lá. Nem preciso dizer o que penso disso.
É mais interessante ainda em vermos como a "mitologia grega" incentivou muitos psicanalistas a criarem analogias de males atuais em função da história vivida no passado... bem distante, diga-se de passagem.
Livros de mitologia grega, para mim, são como livros de fofocas. As evidências são duvidosas e, claro está, as imagens de Afrodite não chegam nem aos pés de quem eu sou e de como me pareço! Oh, se eu pudesse, esmagaria esses artistas e faria-os retratarem-me como realmente sou!
Mas fui para ver o brilho nos olhos de Sappho e, claro, vêr seu gozo ao descobrir livros que ela escreveu sob pseudônimo, ou traduziu. Vem correndo para me mostrar. Ai, é fofa demais!
Outra coisa que me perturba em lugares assim é eu ter que ocultar meu encanto natural, caso contrário nenhum ser humano poderia deixar de me admirar quando eu passo. (isso não está nos livros de "mitologia")
Portanto, tenho que me ocultar, ser apenas uma mulher bonita, o que não é fácil para mim. Mas não fico chateada em não ser o centro das atrações quando a atração principal são as letras. Não fico chateada em ser apenas mais uma letra. E também porque eu prometi a Sappho que não faria isso ou ela não me deixaria vir...
... mas devo confessar que quando Sappho me esqueceu por alguns segundos, deixei parte do meu encanto natural surgir. Eu vi e senti os atendentes do stand em êxtase, ereções, cheiros de excitação e felicidade no ar, olhos brilhando em minha direção, oferendas sendo adquiridas. Tive que parar ou Sappho veria e me beliscaria de novo! Aiaiaiai... Acho que Sappho não virá no último dia, que é domingo! E deve ser o dia que estará mais cheio, não?
segunda-feira, 16 de agosto de 2010
Você já...?
Então... tem algumas coisas que eu sempre pensei. E deduzo que o ser humano é realmente muito engraçado.
Olha só. Você já não foi convidado para uma festa que NÃO queria ir e mesmo assim ficou chateado?
Você não queria ir para a festa. Você não iria! Por que exige um convite?
Você já quis ficar com alguém, mesmo sabendo que não daria certo? Você só ficaria por ficar, não faria mais nada, não prometeria nada, faltaria em compromissos com amigos por alguns momentos vazios e mesmo assim voce insiste na fantasia. Qual o motivo disso?
E pior: suas investidas são rejeitadas. Não é bom? Você tentou algo sem futuro com alguém que não te quis e impediu uma reviravolta desagradável na sua vida. E mesmo assim, você fica mal.
Você já esteve em dieta e foi comer naquele restaurante que você ama a sobremesa. Quando chegou a hora da sobremesa, acabou os ingredientes, o que a torna indisponível no cardápio. Você fica mal, mesmo sabendo que comer a sobremesa significa uma traição a você mesmo. Por quê?
Sabe aquele amigo do seu namorado, ou da sua namorada, que você odeia? Então, você odeia a pessoa. E, no futuro, descobre que ele(a) também não vai com a sua cara. E você fica mal por isso. Por quê???
Por que a rejeição de coisas que não querem ou não gostam acaba sendo tão perturbadora aos humanos?
Existe uma teia que entrelaça os humanos que impede a objetividade. Se você se interessa por alguém, qual a dificuldade em falar?
Pior: quando existe interesse mútuo e não existe jogo de sedução ou o que quer que seja, todos se desanimam tão facil e tão rápido. Por quê?
Tantas horas perdidas. Tantas noites de sono enroladas.
Anyway, ser humano é bicho estranho mesmo. Por isso que existem deuses: para dar aquele soprinho quando o ser humano mais precisa.
Como diz Madonna: "if it makes you feel good, then I say do it..."
Olha só. Você já não foi convidado para uma festa que NÃO queria ir e mesmo assim ficou chateado?
Você não queria ir para a festa. Você não iria! Por que exige um convite?
Você já quis ficar com alguém, mesmo sabendo que não daria certo? Você só ficaria por ficar, não faria mais nada, não prometeria nada, faltaria em compromissos com amigos por alguns momentos vazios e mesmo assim voce insiste na fantasia. Qual o motivo disso?
E pior: suas investidas são rejeitadas. Não é bom? Você tentou algo sem futuro com alguém que não te quis e impediu uma reviravolta desagradável na sua vida. E mesmo assim, você fica mal.
Você já esteve em dieta e foi comer naquele restaurante que você ama a sobremesa. Quando chegou a hora da sobremesa, acabou os ingredientes, o que a torna indisponível no cardápio. Você fica mal, mesmo sabendo que comer a sobremesa significa uma traição a você mesmo. Por quê?
Sabe aquele amigo do seu namorado, ou da sua namorada, que você odeia? Então, você odeia a pessoa. E, no futuro, descobre que ele(a) também não vai com a sua cara. E você fica mal por isso. Por quê???
Por que a rejeição de coisas que não querem ou não gostam acaba sendo tão perturbadora aos humanos?
Existe uma teia que entrelaça os humanos que impede a objetividade. Se você se interessa por alguém, qual a dificuldade em falar?
Pior: quando existe interesse mútuo e não existe jogo de sedução ou o que quer que seja, todos se desanimam tão facil e tão rápido. Por quê?
Tantas horas perdidas. Tantas noites de sono enroladas.
Anyway, ser humano é bicho estranho mesmo. Por isso que existem deuses: para dar aquele soprinho quando o ser humano mais precisa.
Como diz Madonna: "if it makes you feel good, then I say do it..."
sexta-feira, 13 de agosto de 2010
love her...
Venus as a Boy - Björk
his wicked sense of humour
suggests exciting sex
his fingers focus on her
touches, he´s venus as a boy
he believes in beauty
he´s venus as a boy
he´s exploring
the taste of her
arousal
so accurate
he sets off
the beauty in her
he´s venus as a boy
he believes in beauty
he´s venus as a boy
http://letras.terra.com.br/bjork/93097/
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quinta-feira, 12 de agosto de 2010
Shakespeare...
Hoje vou escrever sobre Shakespeare. O cara era bom. Muita gente diz que ele não existiu, que era um pseudônimo. Segundo Neil Gaiman, Morfeus deu a Shakespeare o sonho chave para que ele pudesse escrever e produzir Sonhos de Uma Noite de Verão.
Mas eu não apenas o conheci, como o inspirei a escrever seus romances. Pelo menos os trechos em que nos apaixonamos e sofremos com o amor, as ardências do coração e queimação do estômago da ansiedade que tais sensações provocam.
Também foi sábio a ponto de esmiuçar inveja... como em Othelo. Yago odeia Othelo. Finge-se seu amigo para destruir sua vida.
Lady Macbeth, uma das mulheres mais amargas da história literária... amargas e pragmáticas, também.
Romeu e Julieta, uma de suas peças mais famosas, que eterninou o fato da paixão ser o melhor de um relacionamento. Franco Zefirelli arrasou em sua filmagem clássica e Baz Luhrmann transformou a versão antiga em pura energia e atualização constante para os tempos modernos.
E as comédias como Muito barulho por nada, A Megera domada, a própria Sonhos de uma noite de verão, que o Sr. Woody Allen tratou de satirizar criando Sonhos Eróticos de uam noite de verão e Kenneth Branagh criou Sonhos de uma noite de inverno. Comédinha tosca, rodada em preto e branco, mas com momentos hilários.
Os sonetos românticos, que fizeram muitas senhoritas do Séc XVIII e XIX sonharem com o verdadeiro amor, enquanto eram entregues para casar com homens mais velhos em troca de dotes familiares para sustentarem suas famílias.
Mas nada se equipara ao deleite em ler Hamlet, transposto diversas vezes ao cinema, mas que teve sua melhor reprodução com o filme dirigido e estrelado por Kenneth Branagh. Releitura filmada, quase quatro horas de filme, tendo o impecável elenco que além do próprio Kenneth inclui Julie Christie, Gerard Depardieu, Judy Dench , Rufus Sewel, Derek Jacobi (ator clássico britânico, sábio disparador de frases shapeareanas e muito reconhecido no teatro), os improváveis Robin Williams, Billy Cristal e Jack Lemmon e Kate Winslet, como Ophelia. Já havia visto diversas interpretações de Ophelia (inclusive, uma marcante, do Hamlet estrelado por Mel Gibson, que não faz feio, mas quando entra Helena Bonham Carter, Mel Gibson parece uma formiguinha no quesito de interpretação - Helena faz bonito como Oophelia, talvez por ser britânica e haver estudado para interpretar personagens desse calibre), mas Kate Winslet é insuperável. Ela encarna a Ophelia apaixonada, enlouquecida por amor... cuja participação é tão trágica, quanto uma lufada de ar e leveza até seu destino trágico vir a tona.
Ophelia, em principio, é o que eu mais prezo nos apaixonados. Mas a fragilidade e paixão de Ophelia não é párea para a sede de vingança obstinada de Hamlet. E é esse perdimento que me faz ser odiada, por vezes, pelos amantes.
Sempre lembrando que não sou responsável, sou somente a influência. Ser responsável é pegar na mão da pessoa e escrever o que eu quiser. Influenciar, é simplesmente ditar. O livre arbítrio de escrever é da pessoa que ouviu o ditado.
"Afrodite, eu te odeio!"
"Eu odeio o amor!"
Hello-ooo, galeraaaaa!!! Eu não tenho culpa se vocês se cegam, se problemas de infância faz vocês jogarem as frustrações no seu alvo de paixão!!
E isso, Shakespeare esfregou bem na cara de todos! Ele mostra como as pessoas se cegam pela influência alheia; como é mais fácil acreditar no outro em vez de si mesmo...
Como diria o prepotente Hamlet:
"For there is nothing either good or bad, but thinking makes it so."
E ... como diz o próprio Puck, causador de algumas moléstias pueris, seguidor de ordens e pregador, encerro o dia de hoje:
"Se vos causamos enfado por sermos sombras, azado plano sugiro: é pensar que estivestes a sonhar; foi tudo mera visão no correr desta sessão. Senhoras e cavalheiros, não vos mostreis zombeteiros; se me quiserdes perdoar, melhor coisa hei de vos dar. Puck eu sou, honesto e bravo; se eu puder fugir do agravo da língua má da serpente, vereis que Puck não mente. Liberto, assim, dos apodos, eu digo boa-noite a todos. Se a mão me derdes, agora, vai Robim, alegre, embora."
Mas eu não apenas o conheci, como o inspirei a escrever seus romances. Pelo menos os trechos em que nos apaixonamos e sofremos com o amor, as ardências do coração e queimação do estômago da ansiedade que tais sensações provocam.
Também foi sábio a ponto de esmiuçar inveja... como em Othelo. Yago odeia Othelo. Finge-se seu amigo para destruir sua vida.
Lady Macbeth, uma das mulheres mais amargas da história literária... amargas e pragmáticas, também.
Romeu e Julieta, uma de suas peças mais famosas, que eterninou o fato da paixão ser o melhor de um relacionamento. Franco Zefirelli arrasou em sua filmagem clássica e Baz Luhrmann transformou a versão antiga em pura energia e atualização constante para os tempos modernos.
E as comédias como Muito barulho por nada, A Megera domada, a própria Sonhos de uma noite de verão, que o Sr. Woody Allen tratou de satirizar criando Sonhos Eróticos de uam noite de verão e Kenneth Branagh criou Sonhos de uma noite de inverno. Comédinha tosca, rodada em preto e branco, mas com momentos hilários.
Os sonetos românticos, que fizeram muitas senhoritas do Séc XVIII e XIX sonharem com o verdadeiro amor, enquanto eram entregues para casar com homens mais velhos em troca de dotes familiares para sustentarem suas famílias.
Mas nada se equipara ao deleite em ler Hamlet, transposto diversas vezes ao cinema, mas que teve sua melhor reprodução com o filme dirigido e estrelado por Kenneth Branagh. Releitura filmada, quase quatro horas de filme, tendo o impecável elenco que além do próprio Kenneth inclui Julie Christie, Gerard Depardieu, Judy Dench , Rufus Sewel, Derek Jacobi (ator clássico britânico, sábio disparador de frases shapeareanas e muito reconhecido no teatro), os improváveis Robin Williams, Billy Cristal e Jack Lemmon e Kate Winslet, como Ophelia. Já havia visto diversas interpretações de Ophelia (inclusive, uma marcante, do Hamlet estrelado por Mel Gibson, que não faz feio, mas quando entra Helena Bonham Carter, Mel Gibson parece uma formiguinha no quesito de interpretação - Helena faz bonito como Oophelia, talvez por ser britânica e haver estudado para interpretar personagens desse calibre), mas Kate Winslet é insuperável. Ela encarna a Ophelia apaixonada, enlouquecida por amor... cuja participação é tão trágica, quanto uma lufada de ar e leveza até seu destino trágico vir a tona.
Ophelia, em principio, é o que eu mais prezo nos apaixonados. Mas a fragilidade e paixão de Ophelia não é párea para a sede de vingança obstinada de Hamlet. E é esse perdimento que me faz ser odiada, por vezes, pelos amantes.
Sempre lembrando que não sou responsável, sou somente a influência. Ser responsável é pegar na mão da pessoa e escrever o que eu quiser. Influenciar, é simplesmente ditar. O livre arbítrio de escrever é da pessoa que ouviu o ditado.
"Afrodite, eu te odeio!"
"Eu odeio o amor!"
Hello-ooo, galeraaaaa!!! Eu não tenho culpa se vocês se cegam, se problemas de infância faz vocês jogarem as frustrações no seu alvo de paixão!!
E isso, Shakespeare esfregou bem na cara de todos! Ele mostra como as pessoas se cegam pela influência alheia; como é mais fácil acreditar no outro em vez de si mesmo...
Como diria o prepotente Hamlet:
"For there is nothing either good or bad, but thinking makes it so."
E ... como diz o próprio Puck, causador de algumas moléstias pueris, seguidor de ordens e pregador, encerro o dia de hoje:
"Se vos causamos enfado por sermos sombras, azado plano sugiro: é pensar que estivestes a sonhar; foi tudo mera visão no correr desta sessão. Senhoras e cavalheiros, não vos mostreis zombeteiros; se me quiserdes perdoar, melhor coisa hei de vos dar. Puck eu sou, honesto e bravo; se eu puder fugir do agravo da língua má da serpente, vereis que Puck não mente. Liberto, assim, dos apodos, eu digo boa-noite a todos. Se a mão me derdes, agora, vai Robim, alegre, embora."
segunda-feira, 2 de agosto de 2010
...chorar...
Você já teve vontade de chorar?
As pessoas pensam que deuses não sabem chorar, ou não se condoem com o choro alheio, mas sim... nós choramos.
Não aquele choro causado por filme e sofrimento alheio. Não aquele choro de raiva do chefe que você se tranca no banheiro e começa a chama-lo de cavalo para baixo. Aliás, tadinho dos cavalos: eles são educados e humanos jamais podem se comparar a um chefe mal educado com abuso de poder. Também não é aquele choro de alegria, quando algo ótimo acontece, de promoção a casamentos; de vitória do time até o nascimento de bebês. Também não é o choro causado por aquele choro coletivo: sabe, quando todo mundo está chorando e você está sem nenhuma vontade e chora também?
Nem choro de medo quando acorda de um pesadelo.
O choro que estou falando é aquele choro que você perde o fôlego. Aquele choro que começa com uma razão, que durante a crise é esquecida e substituída por todas as razões mencionadas acima. Só que esse é aquele choro que você só pode chorar quando está só. Aquele choro que se você chorar na frente dos outros, você seria taxada de louca histórica. Aquele choro que não é uma garoa, mas uma enchente. Aquele que você lava a alma.
Primeiro você passa um mês com vontade de chorar. Começa com a frustração de você não ter o que quer, não poder comer aquele chocolate, ter perdido seu emprego. Começa com o torpor e com o fato de você se convencer de que tudo está bem. E até está. Você ri e esquece de chorar. Mas seu organismo não esqueceu.
E durante os dias seguintes, seu corpo começa a acumular aquele choro. E outras coisas acontecem. Seu chefe foi grosso, você viu um filme triste, ou alegre (aquelas comédias românticas americanas, com o povo bem alimentado, sofrendo por amor), o capitulo da novela foi foda, você engordou 2 kgs mesmo comendo aquela porra de saladinha, você viu uma mãe mendiga espancando o bebê, seu pai e sua mãe dizem que te amam, aquele cachorrinho ou gatinho te olhou na rua e você não pode levar para sua casa... casais queridos terminam relacionamento... ou seja, N motivos.
Seu corpo sente.Suas emoções estão a flor da pele.
E... então, naquele dia que nada acontece... naquele dia que o banco resolveu descontar R$ 0,50 da sua conta, ou que você quebrou aquele copo, ou que você chegou em casa, viu que não tinha ninguém e que comeram o último pedaço de bolo de chocolate... o choro vem. E ele vem com toda força! Dias de dor são exprimidos de você.
O choro começa de um jeito fraquinho... lágrimas caudalosas correndo languidamente pelas bochechas. Essa é a parte educada da coisa.
Aos poucos, o choro vai se intensificando. Vai se tornando doloroso. Você sente o caroço querendo sair do peito e começa a chorar de verdade mesmo. E começa e lamentar em voz alta. O nariz começa a obstruir com secreção. A principio, um pedaço de papel higiênico resolve. Depois, o rolo já está do lado, ou no colo. Logo, o rolo é esquecido porque você desiste de assoar e fica aquela melequeira de catarro, baba... e você jogada em um canto no chão da sala, ou do quarto. Ou do banheiro...
Então, com o resto de dignidade que você tem, você tenta levantar e vai lavar o rosto na pia. Vê que não tem forças e vai se arrastando. Ao chegar no banheiro, apóia-se na pia e visualiza seu estado: olhos e lábios vermelhos e intumescidos, catarro seco no canto do nariz, camisa pingada de baba e secreção... respiração irregular por conta dos soluços, mãos sujas de ficar limpando os olhos e o nariz... e começa a sentir pena de si mesma, voltando a chorar. E volta a desabar, dessa vez na privada, com os joelhos juntos, calcanhares separados, ombros voltados para o chão: a imagem da desolação.
Ou seja... é bem feio.
Geralmente, só choramos desse jeito sós em casa. sem ninguém para nos acompanhar, porque é um momento nosso. Ninguém faz isso no trabalho ou no escritório. Não seria legal ou ao menos simpático.
Mas o legal é que quando acaba essa sessão de choro, a vida volta a ser colorida novamente. As lagrimas lavaram a alma e a poeira das íris, e a garganta permitindo ver tudo colorido na nossa frente e que nossa fala saia sem aquele caroço dolorido que encalacrava nossa voz.
Do the right crying, on the right time.
As pessoas pensam que deuses não sabem chorar, ou não se condoem com o choro alheio, mas sim... nós choramos.
Não aquele choro causado por filme e sofrimento alheio. Não aquele choro de raiva do chefe que você se tranca no banheiro e começa a chama-lo de cavalo para baixo. Aliás, tadinho dos cavalos: eles são educados e humanos jamais podem se comparar a um chefe mal educado com abuso de poder. Também não é aquele choro de alegria, quando algo ótimo acontece, de promoção a casamentos; de vitória do time até o nascimento de bebês. Também não é o choro causado por aquele choro coletivo: sabe, quando todo mundo está chorando e você está sem nenhuma vontade e chora também?
Nem choro de medo quando acorda de um pesadelo.
O choro que estou falando é aquele choro que você perde o fôlego. Aquele choro que começa com uma razão, que durante a crise é esquecida e substituída por todas as razões mencionadas acima. Só que esse é aquele choro que você só pode chorar quando está só. Aquele choro que se você chorar na frente dos outros, você seria taxada de louca histórica. Aquele choro que não é uma garoa, mas uma enchente. Aquele que você lava a alma.
Primeiro você passa um mês com vontade de chorar. Começa com a frustração de você não ter o que quer, não poder comer aquele chocolate, ter perdido seu emprego. Começa com o torpor e com o fato de você se convencer de que tudo está bem. E até está. Você ri e esquece de chorar. Mas seu organismo não esqueceu.
E durante os dias seguintes, seu corpo começa a acumular aquele choro. E outras coisas acontecem. Seu chefe foi grosso, você viu um filme triste, ou alegre (aquelas comédias românticas americanas, com o povo bem alimentado, sofrendo por amor), o capitulo da novela foi foda, você engordou 2 kgs mesmo comendo aquela porra de saladinha, você viu uma mãe mendiga espancando o bebê, seu pai e sua mãe dizem que te amam, aquele cachorrinho ou gatinho te olhou na rua e você não pode levar para sua casa... casais queridos terminam relacionamento... ou seja, N motivos.
Seu corpo sente.Suas emoções estão a flor da pele.
E... então, naquele dia que nada acontece... naquele dia que o banco resolveu descontar R$ 0,50 da sua conta, ou que você quebrou aquele copo, ou que você chegou em casa, viu que não tinha ninguém e que comeram o último pedaço de bolo de chocolate... o choro vem. E ele vem com toda força! Dias de dor são exprimidos de você.
O choro começa de um jeito fraquinho... lágrimas caudalosas correndo languidamente pelas bochechas. Essa é a parte educada da coisa.
Aos poucos, o choro vai se intensificando. Vai se tornando doloroso. Você sente o caroço querendo sair do peito e começa a chorar de verdade mesmo. E começa e lamentar em voz alta. O nariz começa a obstruir com secreção. A principio, um pedaço de papel higiênico resolve. Depois, o rolo já está do lado, ou no colo. Logo, o rolo é esquecido porque você desiste de assoar e fica aquela melequeira de catarro, baba... e você jogada em um canto no chão da sala, ou do quarto. Ou do banheiro...
Então, com o resto de dignidade que você tem, você tenta levantar e vai lavar o rosto na pia. Vê que não tem forças e vai se arrastando. Ao chegar no banheiro, apóia-se na pia e visualiza seu estado: olhos e lábios vermelhos e intumescidos, catarro seco no canto do nariz, camisa pingada de baba e secreção... respiração irregular por conta dos soluços, mãos sujas de ficar limpando os olhos e o nariz... e começa a sentir pena de si mesma, voltando a chorar. E volta a desabar, dessa vez na privada, com os joelhos juntos, calcanhares separados, ombros voltados para o chão: a imagem da desolação.
Ou seja... é bem feio.
Geralmente, só choramos desse jeito sós em casa. sem ninguém para nos acompanhar, porque é um momento nosso. Ninguém faz isso no trabalho ou no escritório. Não seria legal ou ao menos simpático.
Mas o legal é que quando acaba essa sessão de choro, a vida volta a ser colorida novamente. As lagrimas lavaram a alma e a poeira das íris, e a garganta permitindo ver tudo colorido na nossa frente e que nossa fala saia sem aquele caroço dolorido que encalacrava nossa voz.
Do the right crying, on the right time.
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