quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Shakespeare...

Hoje vou escrever sobre Shakespeare. O cara era bom. Muita gente diz que ele não existiu, que era um pseudônimo. Segundo Neil Gaiman, Morfeus deu a Shakespeare o sonho chave para que ele pudesse escrever e produzir Sonhos de Uma Noite de Verão.

Mas eu não apenas o conheci, como o inspirei a escrever seus romances. Pelo menos os trechos em que nos apaixonamos e sofremos com o amor, as ardências do coração e queimação do estômago da ansiedade que tais sensações provocam.

Também foi sábio a ponto de esmiuçar inveja... como em Othelo. Yago odeia Othelo. Finge-se seu amigo para destruir sua vida.
Lady Macbeth, uma das mulheres mais amargas da história literária... amargas e pragmáticas, também.

Romeu e Julieta, uma de suas peças mais famosas, que eterninou o fato da paixão ser o melhor de um relacionamento. Franco Zefirelli arrasou em sua filmagem clássica e Baz Luhrmann transformou a versão antiga em pura energia e atualização constante para os tempos modernos.

E as comédias como Muito barulho por nada, A Megera domada, a própria Sonhos de uma noite de verão, que o Sr. Woody Allen tratou de satirizar criando Sonhos Eróticos de uam noite de verão e Kenneth Branagh criou Sonhos de uma noite de inverno. Comédinha tosca, rodada em preto e branco, mas com momentos hilários.

Os sonetos românticos, que fizeram muitas senhoritas do Séc XVIII e XIX sonharem com o verdadeiro amor, enquanto eram entregues para casar com homens mais velhos em troca de dotes familiares para sustentarem suas famílias.

Mas nada se equipara ao deleite em ler Hamlet, transposto diversas vezes ao cinema, mas que teve sua melhor reprodução com o filme dirigido e estrelado por Kenneth Branagh. Releitura filmada, quase quatro horas de filme, tendo o impecável elenco que além do próprio Kenneth inclui Julie Christie, Gerard Depardieu, Judy Dench , Rufus Sewel, Derek Jacobi (ator clássico britânico, sábio disparador de frases shapeareanas e muito reconhecido no teatro), os improváveis Robin Williams, Billy Cristal e Jack Lemmon e Kate Winslet, como Ophelia. Já havia visto diversas interpretações de Ophelia (inclusive, uma marcante, do Hamlet estrelado por Mel Gibson, que não faz feio, mas quando entra Helena Bonham Carter, Mel Gibson parece uma formiguinha no quesito de interpretação - Helena faz bonito como Oophelia, talvez por ser britânica e haver estudado para interpretar personagens desse calibre), mas Kate Winslet é insuperável. Ela encarna a Ophelia apaixonada, enlouquecida por amor... cuja participação é tão trágica, quanto uma lufada de ar e leveza até seu destino trágico vir a tona.

Ophelia, em principio, é o que eu mais prezo nos apaixonados. Mas a fragilidade e paixão de Ophelia não é párea para a sede de vingança obstinada de Hamlet. E é esse perdimento que me faz ser odiada, por vezes, pelos amantes.

Sempre lembrando que não sou responsável, sou somente a influência. Ser responsável é pegar na mão da pessoa e escrever o que eu quiser. Influenciar, é simplesmente ditar. O livre arbítrio de escrever é da pessoa que ouviu o ditado.

"Afrodite, eu te odeio!"
"Eu odeio o amor!"

Hello-ooo, galeraaaaa!!! Eu não tenho culpa se vocês se cegam, se problemas de infância faz vocês jogarem as frustrações no seu alvo de paixão!!

E isso, Shakespeare esfregou bem na cara de todos! Ele mostra como as pessoas se cegam pela influência alheia; como é mais fácil acreditar no outro em vez de si mesmo...

Como diria o prepotente Hamlet:

"For there is nothing either good or bad, but thinking makes it so."

E ... como diz o próprio Puck, causador de algumas moléstias pueris, seguidor de ordens e pregador, encerro o dia de hoje:

"Se vos causamos enfado por sermos sombras, azado plano sugiro: é pensar que es­ti­ves­tes a sonhar; foi tudo mera visão no correr desta sessão. Senhoras e cavalheiros, não vos mostreis zombeteiros; se me quiserdes perdoar, melhor coisa hei de vos dar. Puck eu sou, honesto e bravo; se eu puder fugir do agravo da língua má da serpente, vereis que Puck não mente. Liberto, assim, dos apodos, eu digo boa-noite a todos. Se a mão me derdes, agora, vai Robim, alegre, embora."

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