quinta-feira, 16 de dezembro de 2010

"Simplicity, Clarice!"

A Sappho é melhor para escrever sobre coisas assim, mas como uma deusa eu vejo os humanos se debaterem no mar da vida para conseguirem mais... mais e mais. Eu vejo a luta por um emprego melhor, por um salário melhor, por um relacionamento melhor.

Claro que se você está infeliz, você deve correr atrás da sua felicidade.

Você não tem que ser infeliz gratuitamente. Mas deve ter também em conta que ao sair de algo desagradável, você estará indo para outra situação que pode se tornar desagradável se você manter também o padrão de comportamento anterior.

O importante é sentir o momento... olhar o momento, encara-lo... e aproveitar cada segundo, pois ao repeti-lo, ele será maravilhoso!

E nessa busca constante, eu pergunto se tem coisa mais gostosa do que as coisas simples e inesperadas da vida?

- Encontrar um amigo no metrô e ficar horas em pé conversando com ele?
- Encontrar amiga querida nas catracas e não ter lugar para ir?
- Passear para ver os enfeites de Natal e tirar fotos com eles?
- Sentar no boteco da esquina com sua amiga e pedir uma porção de batatas fritas e um garrafa de cerveja?
- Sentar na praia e ficar conversando até o anoitecer... molhar os pés no mar e voltar a conversar?
-Acordar de manhã, olhar o relógio, lembrar que não é dia de trabalho e virar para o lado e voltar a dormir?
-Chegar em casa e ser recebida por sua cachorra, ou por seu gato, ou por qualquer som que você goste? Ou simplesmente encontrar a tv ligada e saber que tem alguém amado ali?
- Fugir do chefe na hora do almoço?
- O olhar da sua mãe quando você cruza a porta para visitar? Ou o seu pai vindo contar as mesmas coisas? Ou seu irmão falando até dizer chega para ter sua atenção?
-Dormir abraçada ao travesseiro da sua cama?
-Comer arroz e feijão? E frango assado?
-Comer bolo de fubá com café preto, mesmo sabendo que depois sua gastrite vai atacar, só porque vale a pena?
-Ganhar uma barra de chocolate? Ou um bombom?
-Ter todo o tempo que você quiser para ficar com quem você gosta, sem se preocupar, sem medo do futuro... ou do passado?
-Caminhar, sozinho ou em boa companhia?
-Pegar a sessão de cinema do jeito que você gosta, comendo o que você quiser, do filme que você mais esperava?
-Se entregar a um lanche do Mc Donald´s sem medo de ser feliz... ou de fazer parte de algum documentário sobre obesidade?
-O "tsssssss" ao abrir uma latinha de uma bebida que você gosta muito!
-Comer pão com margarina e tomar café com leite no café da manhã?

Claro que tem outras coisas... afinal, isso é algo que vejo que faz muita gente feliz... tira vários sorrisos.

No meu caso, eu também gosto do som do mar batendo nas rochas... e do cheiro da Ambrosia quando ela é servida fresca. Gosto do Sol nascendo... e se pondo. Gosto da lua cheia. E gosto da cor do brilho dos olhos quando o humano percebe que está apaixonado. E de escutar as teclas quando Sappho está empolgada escrevendo algo.

Não é preciso muito para estar alegre, ou para estar feliz. Uma vez eu ouvi falar que a felicidade não é permanente, mas temporário. E que é subjetiva, depende do estado de cada um... depende de querer também o que se tem, não de apenas ter o que se quer.

Como diria Hannibal Lecter... "Simplicidade, Clarice".

sexta-feira, 10 de dezembro de 2010

No fim, tudo sai na urina... ou vira câncer!

Estou de volta de meu retiro! Primeiro fui ao Olimpo, visitar meus irmãos e pais... afinal, mesmo não tendo sido eles meus criadores, eles são a família escolhida para mim e isso é o que importa! É de onde viemos e define o que éramos e o que queremos ser para, então, percebermos quem somos.

Estava me sentindo muito down para uma Deusa do Amor! O que mais odeio quando dizem do amor (o amor amoroso que faz a gente "fazer amor, sabe??) é que todos o confundem com paixão. A paixão é obra do Cupido, que é jovem, adora sentir aquela emoççao intensa, aquele desejo inconsciente! É a minhoca na ponta do vara de pesca para que as pessoas se conheçam, procriem (ou adotem!!) e voltem a sua existência. O amor é mais profundo e o amar é bem mais complexo.

E por causa disso as pessoas acreditam que é o amor que traz o sofrimento. E não é! O ruim é que sofrer em uma área de vida pode afetar o sofrimento em todas as áreas. Por isso, se você sofre no trabalho, você pode afetar seu relacionamento. Se está sofrendo com a situação em casa, acaba interagindo com seu trabalho. E isso é dificil.

Porém, analisando as pessoas, percebi que para algumas, o sofrimento é diurético. São pessoas por demais soltas, independentes do mundo. São pessoas que parecem não sofrer por nada, ou tudo parece super fácil para que elas superem e prossigam. Muitos consideram essas pessoas insensíveis. Que fique claro que elas não são assim! Eu penso que são pessoas inteligentes e com muita coisa para fazer na vida, que preferem seguir o caminho da superação e que não querem perder tempo pensando. Para essas pessoas, o processamento, a digestão, é rápido e a recuperação, fascinante! É quase como a vontade de urinar após uma garrafa de cerveja. Você bebe, seu organismo processa... você mija (português claro e específico) e a vida volta a ser bela.

Para outras pessoas, esse processamento é lerdo. É demorado. São pessoas inteligentes também, mas de forma diferente, com uma dose de analisar a causa e motivo do sofrimentos, para encara-lo como aprendizado. É como ter prisão de ventre: você fica com aquilo dentro de você, sofrendo, tendo caimbras, escorrendo lágrimas. Dependendo do nível, chega até a sentir dor nas costelas, refluxo, insonia. Até que um dia, ou com ajuda de Lacto Purga ou sem nada... vem a libertação da prisão! E nesse dia, literalmente, a merda vai por ralo abaixo! O pior é que... quando você bebe cerveja você lembra quantas vezes foi ao banheiro? CLARO QUE NÃO!!! Até eu sei disso e eu não tenho que ir banheiro (hello!!! sou Deusa! Só vou se eu quiser e eu nunca quero!). Mas uma bela prisão de ventre, a gente semepre lembra! E para essas pessoas que guardam suas prisões como se fossem prêmios de consolação a memória é sua maior inimiga.

O importante é que no fim, tudo acaba saindo de dentro da gente, de um jeito ou de outro. O que tiver que sair de dentro de você, trate de expelir rapidamente. Se não sair, vira câncer e isso não é bom!

sexta-feira, 3 de dezembro de 2010

Florence...

"A" Descoberta de 2010 para meus ouvidos e cérebro, Florence and the Machine, banda composta pela maravilhosa Florence (vocal / letras) e por seus músicos fantásticos! Arranjos fenomenais!

Ela estourou com Dog Days are Over, do seu CD Lungs, que também faz parte da trilha de Comer, Rezar, Amar, com a Julia Roberts.

E depois não parou mais.
Gosto do CD Lungs todo, e posteriormente comento as músicas que mexem comigo e me inspiram a seguir nesta vida, trabalhando e aprendendo o que essa cidade tem a oferecer. Ela também tem um CD Demo, com arranjos primários para algumas músicas do CD Lungs.

Mas hoje quero falar da música Heavy in your Arms, que faz parte da trilha sonora de outro filme, Eclipse. Por trabalhar com livros, eu não tenho preconceitos com enredos ou escritos... Gosto de todos!

Mas essa música chama atenção.

Eu acho a letra é fantástica. O videoclip oficial (link abaixo) não traz cenas do filme. Pelo contrário: remete ao que a música quer dizer.
http://www.youtube.com/watch?v=V_eOmvM-4zc

A música fala do peso que nos tornamos na vida de alguém... ou o peso que somos... ou, pior: o peso que podemos ser. O que esperamos do outro, o que queremos que o outro seja para nós...

Trechos como o que coloco abaixo chamam atenção:

"My love has concrete feet, my love is an iron ball, wrapped around your ankles
over the waterfall"
"meu amor tem pés de concreto, meu amor é uma bola de ferro, enrolado em seus tornozelos em uma cachoeira"

Por todos os deuses, quem já não passou pela situação de se sentir assim. E... pior: quem já não fez a gente se sentir assim? Que dor é essa de ser o peso na vida de alguém? Que dor é essa de querer ser livre, de se livrar de alguém e, simplesmente, não conseguir? Sentir-se responsável a esse ponto?
Por quê? Pelo conforto? Pela necessidade de não estar só?

Agora, o trecho que está me deixa com o coração na mão é:

"And is it worth the wait? all this killing time? Are you strong enough to stand
protecting both your heart and mine"

"E vale a pena a espera? Matar todo esse tempo? Você é forte o suficiente para manter-se, protegendo tanto meu coração quanto o seu?"

Afinal... quantas vezes não depositamos nossa esperança em alguém, nossos dias, nossa vida... até descobrirmos que todos aqueles vinculos tornaram-se pesos que não queríamos assumir. Será que valeu a pena a espera? A cegueira é tanta que a gente se perde em horas intermináveis e segundos inquebráveis, e acabamos em uma situação que, como no clip, não conseguimos encontrar forças para nos mexer, vivemos as custas de um amor ou de uma situação que quer nos eliminar.

E isso vale para o contrário... o que fazer quando nos vemos tendo que carregar alguém por uma vida, inventando desculpas para nos justificar perante todos e, principalmente, sobre nós mesmos?

Vale a pena a espera para estar com alguém, anular-se, tornar-se dependente de tal sentimento?

Nem sempre seguir o coração é fácil.
Nem sempre seguir o coração deixa nossa consciência tranquila.
E vem a questão: quantas das vezes que julgamos estar seguindo nosso coração na verdade, estamos ludibriando nossos próprios sentimentos?

segunda-feira, 29 de novembro de 2010

29/11

Bebi da fonte de inspiração de V-lady. Ela veio ao mundo há alguns anos, é extremamente sábia e me conhece como ninguém! E também é uma das melhores bordadeiras que eu conheço... se não for a melhor.

Vendo seus bordados, eu pensei, novamente, como o destino se entrelaça de forma que nunca percebemos, até que finalmente vemos o bordado da vida e descobrimos como as coisas são bonitas.

Pode parecer batido dizer isso, mas essa é a verdade: que tudo na vida começa com um motivação interna. Tudo na vida começa com um ponto de bordado,
seja ele qual for. Estamos entrelaçados, e é somente juntos que formamos algo bonito. Separados, somos pontos dispersos sem formato.

Assim como uma receita culinária: 100 gramas de farinha é somente 100 gramas de farinha. Mas no bolo, na torta, ou em qualquer receita, ela é forte e indivisível.

Nunca se esqueça disso antes de dizer algo que pode ser a destruição daquele ponto... para refazer uma blusa quase pronta leva mais tempo do que seguir as dicas apropriadamente.

V-lady me ensinou muitas coisas... entre ela, a tolerância em um mundo de intolerantes e a aceitação onde nem sempre é possível. Sei que tenho meus limites, todos temos. Mas sem essa bordadeira, eu não existiria. As linhas do meu destino não estariam sendo traçadas neste instante. E eu não seria quem sou.

Obrigada, V-lady! Você é A Mulher!


By Sappho

segunda-feira, 22 de novembro de 2010

Ophelia....

Desculpe pelo sumiço mas são muitas mudanças por aqui!

Afrodite resolveu sair e já faz dias que ela não aparece. Estava deprimida, cansada, exaurida, precisando recuperar as forças para poder exercer seu poder. Então... está passeando por aí. Ou voltou ao Olimpo.

Isso, para mim, é péssimo porque significa que vou ficar em casa sozinha. Eu até gosto. Mas para tudo tem um limite. E eu tenho tonelada de trabalho para finalizar, e minha assistente resolveu pedir demissão, tudo porque eu não ofereço um futuro na editora. Afff... ambição é um problema! E é dificil lidar com mortais... e além de serem mortais: estagiários, arranjados pelas editoras que trabalho! Oh...

Reclamações a parte... que nada, esse post é para refletir e se reflexão por vezes aparenta reclamação, fazer o quê?

A verdade é que eu ando me sentindo meio vazia. A vida anda meio sem gosto e o gosto que eu tenho dela depende da vontade alheia, o que não é nada bom! Eu sei disso! Mas... fazer o quê, né?
Para esvaziar, tudo leva tempo. E para preencher, também. Só que parece que esvaziar é mais rápido e a sensação de quando você se sente vazio é que você viveu em uma miragem no deserto. O pior: você mesmo construiu a miragem e, mesmo sabendo não ser verdade, morou nela por algum tempo. Agora, está com sede tentando sair do deserto, ainda tendo na mente a miragem. Sentindo-se... vazia e triste.

De qualquer forma, para tudo há um tempo e para tudo é necessário se preencher. O importante de tudo é sair do deserto e esquecer a miragem.

Estou com uma música na cabeça. Musica de Tori Amos, claro!! Companheira de longa data. A música é Ophelia.

Esse trecho é um soco no estômago:

"Ophelia you know how to lose
but when will you learn to choose
those men who choose to stay
those mothers who won't look the other way
Ophelia you must remember"

Ophelia, você sabe como perder
mas quando você vai aprender a escolher
aqueles homens que escolhem ficar
aquelas mães que não olharão para o outro lado
Ophelia... você deve lembrar!

O link da música é esse: http://www.youtube.com/watch?v=NDlhR9tyJjw

Sei que olhando a realidade ao redor, eu estou sendo egocêntrica e deveria pensar melhor antes de fazer qualquer comentário referente a como me sinto vazia, diante de uma vida que muitos gostariam. Mas é aquela coisa: como dar aquilo que você não tem?
Como somente olhar para os outros quando nem você consegue se ver muito bem? E... pior, como fazer com que uma miragem seja real?

quinta-feira, 11 de novembro de 2010

"I hate the world today"

Sim. Claro que muita gente já deve ter dito isso, mas estou parafraseando uma música da Meredith Brooks.

Mesmo sendo uma deusa, e amando as pessoas, eu também tenho sentimentos! E meus sentimentos hoje se resumem em uma palavra: ódio. Ódio pelos sentimentos pequenos, especulações infundadas, medos, planos não concretizados, hesitação alheia, indefinições...

Ódio por um monte de coisas e vontades não traduzidas. Não tem dias que você levanta da cama e acha que o dia será bom, mas confome as horas passam só sobra o mau humor? Pois é... estou em um desses dias.

Sério... eu não sou uma deusa mal humorada, pelo contrário!! Se eu fosse um dos sete anões, eu seria o Dunga. Mas existe aqueles dias que você acorda, você está bem e fica mal mal mal até que tem vontade de soltar um raio e destruir algo feio. Só que o arrependimento que vem depois é tanto que prefiro não fazer isso, como não faço mais. Só fiz uma vez e foi sem querer.

De qualquer forma... odeio o mundo hoje. Não o mundo em geral. Mas o meu mundinho... logo logo passa, como tudo passa. MAs, enquanto isso, odeio.

terça-feira, 2 de novembro de 2010

A Sorta Fairytale

http://www.youtube.com/watch?v=I-5o77_tSrs

Finalmente vou falar um pouco de uma de minhas cantoras favoritas, que pertence ao Olimpo das cantoras.

Eu coloquei o link do video clip oficial desta música que é simplesmente fantástica! Assim como o clip, que depois da bizarrice inicial, você consegue compreender o motivo de tudo.

Sabe quando você tem o dia perfeito com alguém? Aquele dia que você pensa como é bom estar vivo e que você estava certo sobre amar e se apaixonar?
As vezes, é verdade e o final feliz está lá e conseguimos viver pra sempre essa realidade maravilhosa.
E as vezes é só um conto de fadas, que imaginamos que vai ter um final feliz e forçamos a existência desse final feliz. Se ele existe, é outra história.
Como diz o refrão da música: "And I´m so sad, like a good book, I can´t put this, day back, a sorta fairytale with you..." (eu estou tão triste, como um bom livro, eu não consigo deixar esse dia para trás... um tipo de conto de fadas contigo"


Tori não merece um post só... merece vários!! Gosto dela e cada vez mais vou falar dela. É uma cantora com letras fortes e pungentes, que sabe e não tem medo de tocar na ferida.

Outra coisa a favor dela: é amiga de Neil Gaiman, criador de Sandman, uma de minhas histórias em quadrinhos favorita.

E como tudo na vida, precisamos descobrir se o conto de fadas é verdadeiro... ou se realmente não passou de um conto de fadas.

Boa semana a todos!

by Sappho

terça-feira, 19 de outubro de 2010

"... these little earthquakes..."

Sabe quando você acha que está bem e levando tudo tranquilamente? Que os milênios vividos são suficientes para que você encare tudo com sobriedade e sabedoria?

Você se considera equilibrada, todos te consideram equilibrada e a vida segue assim, com complacência e languidez. Tudo indo bem.

Só que tem um dia que você explode! Não porque você guardou coisas demais dentro de você e você precisava de espaço. Você explode porque aquilo te transtornou, a ponto de você ... bem, a ponto de você explodir!
Você despeja coisas em quem você deveria proteger e acaba podando a confiança que existe entre você e outras pessoas, porque finalmente você explodiu. E ninguém está acostumado a ver tal reação. Você se torna humano... e dependendo da reação, você é menos do que humano!

O pior é que você até tentou se controlar... mas não deu.

E, pior: depois do ocorrido, a imagem de quem você é fica maculada nesse ato. Finalmente, você explodiu, demonstrou que é somente mais uma pessoa, e não a deusa com quem você convive e que gostaria de ser. Confianças se quebram, imagens são desfeitas, e fica somente o ato de você ter que reconstruir tudo o que foi destruído em segundos...

Claro que deuses ficam bravos, mas há uma diferença: quando o humano fica bravo, ele é irracional, uma besta que não vê um palmo a frente do nariz.
Quando os deuses ficam bravos, é a natureza transtornada, o El Niño, furacão Katrina, enchentes... etc.

De qualquer forma... explosões são normais. Ninguém está impassível de ser vítima de tal fúria. Existe. É difícil você esfriar a cabeça, mesmo já tendo feito um monte de vezes.

Mas é como uma bebedeira, sabe? Você bebe demais, fica tonto, faz e fala coisas que não imagina que faria ou falaria... Mas no dia seguinte, vem aquela ânsia de vomito, aquela dor de cabeça, o bolo no fígado... O negócio é aceitar que errou, exagerou, bla bla bla... Como se fosse fácil. Fácil seria se não tivesse feito, mas depois que já foi, agüentar as conseqüências de seus atos é bem pior.

Mas, como diz o pessoal desse tempo para coisas difíceis demais: isso é que é foda pra caralho!!!!!!!

segunda-feira, 18 de outubro de 2010

Ir e vir...

Existem aqueles dias que eu acordo e AMO ser uma Deusa, sabe?

O dia em que eu não preciso trabalhar para viver... ou sobreviver. Dias em que não tenho que pegar trânsito e dias que eu posso ser dona de minha própria vontade.

Eu amo todos os humanos. E sempre pergunto a fulano se quer ser totalmente dono da própria vontade. A resposta é, incondicionalmente, sim, pensando que acordar tarde todos os dias e ter dinheiro para comprar aquele chocolate importado, ou fazer faculdade , ou não ter que trabalhar todos os dias seriam razões suficientes para preencher seus dias.
E não é bem assim.

É interessante essa história de ser dona da própria vontade. Por quê? Porque se você for colocar na ponta do lápis, poucas são! E a maioria não é porque NÃO quer ser!

E outra maioria se engana pensando que é... mas não. Ser dono da própria vontade não é ter somente o final de semana para se fazer o que quer... quando quer. Não é ter vontade de comer algo e ir lá e comer.

A maioria gosta de ter algo controlando, de saber que é, de alguma forma, não responsável por tudo o que faz. Vicios e impulsos que não se assume ser da própria vontade, nada são do que subterfúgios da própria vontade!!

Ser dono da própria vontade exige alguma independência, não apenas financeira, mas emocional. Ser emocionalmente independente não significa ser insensível ou não precisar dos outros. Pelo contrário: significa poder amar a todos, permitir-se ser amado... aceitar, sem medos ou ressalvas a existência dos sentimentos e dos humanos.

Ser dono de sua própria vontade demanda uma boa dose de auto-estima. Estar bem e feliz consigo, saber como se sente, conhecer-se e prosseguir, sem delongas, sem indecisões pontuais que travam o fluir de sua vida.

Estar de bem consigo é querer fazer o que se está fazendo, sem pensar que poderia estar fazendo outra coisa naquele momento. Se você está no seu trabalho, trabalhando em algo que ama... ou aprender a amar o que faz e fazer por este prazer é o suficiente.
Estar com quem você quer, seja com algum amigo, ou algum amor, porque VOCÊ quer, e não por algum conforto emocional ou financeiro, ou influências exteriores.

E pode ser que você me pergunte se eu sou dona da minha própria vontade todos os segundos do dia. E eu digo que não. As vezes, eu sou louca. As vezes, eu estou apaixonada por algo, ou alguém e estabelece-se linhas invisiveis que não me permitem pensar em mim, ou no que somente EU quero... GRAÇAS A ZEUS!!!
Afinal, pensar no que você quer o tempo todo, como você quer o tempo todo e, também, aceitar os humanos como eles são, para ama-los como eles são, seria uma contradição gigantesca e quixotesca.

Mas o importante é não perder-se... muito. Assumir alguns riscos e se você se perder naquela estrada gigantesca com linhas entremeadas... que faça valer a pena. Faça valer a pena MESMO! Só assim você poderá experimentar o que poucos fizeram.




"Out beyond of ideas of right doing and wrong doing there is a field. I´ll meet you there" - Rumi
(Muito além das idéias de fazer o certo ou fazer o errado há um campo. Eu te encontrarei lá)

quarta-feira, 6 de outubro de 2010

nowhere to run...

Sabe quando você levanta de manhã e parece que você não dormiu?

É assustador o peso do passado, quando ele volta para você. Na peça Rent, criada por Jonathan Larson, tem uma estrofe que ele diz:

"how do you leave the past behind, when it keep finding ways to get to your heart
it reaches way down deep and tears you inside out til you're torn apart"

(Como deixar o passado para trás quando ele continua encontrando caminhos para chegar ao seu coração... ele escava fundo e vira você do avesso até que você se dilacere)

Apesar do nascimento ser algo lindo, não creio que existe nada mais unificador do que a morte. Nem sempre quando ganhamos algo damos importância, mas quando perdemos, aquele valor se eleva a potências inimaginárias!

Eu sou imortal, porque Afrodite assim o quis. Eu não posso morrer (a não ser que eu peça), apesar de estar suscetível a doenças e outras coisas, pois sou humana. Mas eu não tenho o poder de dar vida, ou tira-la... ou torna-la eterna.
E ontem, fiquei sabendo que uma amiga de longa data foi conhecer os Campos Eliseos.

Eu não gosto de lembrar da partida das pessoas... e já vi muitas partirem. Algumas em meus braços, outras somente chegaram os meus ouvidos e muitas outras, porque é isso que morrer significa, não? Partir? Só que a diferença que quando uma pessoa querida sai da sua vida, ainda existe a esperança da volta, do reencontro. Porém, quando ocorre a morte, significa que ela não mais vai voltar e tudo o que vocês viveram até então, é o que você vai ter. Finito.

É meio frustrante... doloroso, como não ter plenamente tudo aquilo que você quer e ter que abrir mão assim mesmo!

A minha amiga que se foi era uma amiga querida. Fazia anos que não tinhamos contato, não por minha escolha, nem por escolha dela, mas a vida é assim. Nem sempre podemos escolher o mesmo caminho de todos.
Ela era bonita, ingênua e meio perdida no mundo, meio sem saber para onde ir, como muitos de nós. Ela tinha forças e fraquezas, qualidades e defeitos. Foi amada, foi odiada e foi feliz, por alguns momentos. Foi triste por outros. Foi incompreendida. Recebeu lições e ensinou. Ou seja... viveu!

Que ela saiba que ainda a amo e que ela foi amada pelo que ela é. E pelo que sei, que ela tentou ser.

terça-feira, 28 de setembro de 2010

What if...

Eu ando me sentindo inspirada... A primavera faz isso. Tudo bem que os dias em São Paulo estão meio nublados, meio cinzas, meio grudentos e calorentos, por vezes até meio indecisos. Assim como cada ser vivo por aí...

Mas eu ando pensando na vida. Ando pensando nas pessoas, e ando sentindo a necessidade de escrever como nunca.

Afrodite diz que isso é falta de sexo. Depois ela diz que estou carente e preciso namorar; depois ela volta a parte do sexo. Depois ela diz que preciso encontrar alguém que possa me fazer esquecer de tudo. Depois ela... bem, a Afrodite é Afrodite. Para ela, os males do mundo se resolve com amor, coração batendo forte, ouvidos moucos a razão.

E eu andei pensando que nem sempre o amor é tudo. Mas a forma como certas pessoas fazem a gente se sentir, sentir que existe um mundo de possibilidades, mesmo que esse mundo seja limitado, é interessante e profícuo.
Nem sempre as pessoas são o que queremos que elas sejam. Mas isso não impede que elas façam a gente se sentir como nos sentimos na presença delas.

É estranho isso... e é um estranho bom. As vezes, não é bom pensar nas razões, mas somente pensar em como nos sentimos em relação a isso e aproveitar o espaço de tempo vivido.

"What if I save you?
What if I save you from this trembling hell?
What if I save you from the stumbling and the troubles?
What if I save you from the doubts of your life?
Say… what if I save you from the monotony?
God, what if I save you from the hunters ?
What if I save you from the hard fall and fly with you?
What if I save you from the cold?
What if I save you from the dark?
What if I save you from the stone of the hearts?
Say there, what if I save you, for one moment?
What if I save you for one tiny moment?
Just remember that to be saved you need to reach out
Just remember that I need to be reached out
Just remember that I need to be saved too
Just remember life would be numb and empty
But the heat makes us warm
And the moments makes us remember
The reason of being alive
What if I save you… for just a breath...?



By Sappho

domingo, 26 de setembro de 2010

"I gotta a feeling... u-uuuuuu"

As vezes... a gente até quer ser profundo, mas nem sempre conseguimos. Aí, a gente sai com os amigos, pede uma cerveja, vários copos, porções, e aí a gente se sente em casa. Se sente protegido. E a profundidade é outra, as risadas são outras.

As vezes, em vez de cerveja é caipirinha... caipirosca... MARGUERITAS!!! Vinhos... coisas assim. E a gente bebe... bebe bebe bebe bebe!! E se diverte.

Ou mesmo se não for para beber, mas para pegar um cinema, para almoçar, para jantar, para tomar café... aos amigos!! Que nos salvam do tédio e da monotonia do dia a dia.

E é nesse ritmo que a semana pode começar, pode terminar...com risadas dos amigos, daqueles que estão com a gente sempre, sejam eles nossos pais, irmãos, ou aqueles que a vida nos deu a oportunidade de escolher. E se tiver lágrimas, que venham também!!! Afinal, qual a graça das risadas se a gente não puder chorar também?

Aproveitem a semana!!!

By Sappho

sexta-feira, 17 de setembro de 2010

Elefantes...

“Somebody points out an elephant in your living room and this is the first time you’ve seen it. So you’re standing there, wondering how an elephant got into your living room when it hits you: he must have been there all along!” – Terry Moore

Adoro quadrinhos. São leves, divertidos, mesmo quando são tristes. Como deusa, trabalho constantemente com a imaginação das pessoas e, portanto, preciso de estímulos visuais para compreender o que os outros pensam e como fantasiam uma situação. Sim, eu amo meu trabalho... afinal, eu SOU o meu trabalho! E é óbvio que eu me amo!

Bem, existe uma história em quadrinhos chamada Strangers in Paradise (Estranhos no Paraíso). Teve 90 edições, com um começo, meio e fins que me satisfizeram em muitos sentidos e me deram matéria-prima para compreender boa parte de muita gente por aí. É possível saber o que é plausível ou não.

Mas a questão não é essa e depois entro no mérito de comentar a história. O que quero mesmo é comentar o trecho extraído do quadrinho. Esse trecho é citado pela personagem Francine Peters. Existe um contexto para ela citar isso. Só que isso me deixou inspirada... afinal, quantas vezes a cegueira mental impede de perceber o que está bem na frente de nosso nariz???

Quantas vezes nos submetemos a um relacionamento (seja de qual natureza for - profissional, amoroso, familiar...) que está péssimo, simplesmente porque parece correto, até alguém apontar o “elefante” e você perceber que tudo está errado! Não precisa ser alguém necessariamente, mas uma situação... uma fala na novela, letra de música. Algo que te faça parar e pensar: “peraí... como eu não percebi isso??”

Devo confessar que nesses milênios vividos eu trabalhei com muitos “elefantes”. Aliás... é meu trabalho fazer esse apontamento e que as pessoas aprendam o que vale a pena na vida e o que não vale. As vezes, sentir o sangue correndo na veia é bom.

Vale a pena manter esse acontecimento, torna-lo mais forte, ou simplesmente expulsa-lo da sua sala e continuar com sua vida. Se é um “elefante”, ou você abre mão de algumas coisas, abre espaço na sua vida para que ele faça parte dela, ou você o expulsa... não é?

As vezes, a esterilidade do dia-a-dia torna a vida monótona e quando você finalmente percebe uma luz no corredor escuro você se apega a ela com mais força do que o faria normalmente. Assim é o “elefante”: todos já viram, menos você. Todos já sabem, menos você. E o mais interessante: todos pensam que você também já sabe; mas você ainda não sabe! É algo que te faz ficar espantado. Depois, feliz. E, em seguida, com o ponto de interrogação: e agora? Como voltar a viver uma vida antiga com esse novo conhecimento, com essa percepção?

Isso não é uma equação com variantes previsíveis. Um elefante na sua sala de estar não é algo que simplesmente você expulsa sem pensar se vale a pena. Afinal... não é sempre que acontece e, definitivamente, pode surgir somente uma vez na sua vida.

"Alguém te mostra um elefante na sua sala de estar e esta é a primeira vez que você o vê. Então, lá está você, se perguntando como um elefante entrou na sua sala de estar quando você percebe: ele deve ter estado lá o tempo todo!"

quarta-feira, 8 de setembro de 2010

"The hills are alive, with the sound of music..."

Hoje acordei escutando sons dissonantes, que me levaram de volta ao tempo em que nós, deuses, éramos as constantes que definiam as inconstâncias. Devo dizer: saudosismo total.

E lembro dos rituais que todos se envolviam, lembro das danças e das preparações; tradições fortalecedoras, dentro de um contexto criado pela sociedade que nos idolatrava. Tudo isso graças aos sons dissonantes, a melodia vital que o dia exalava. Pois quando o dia nasce, ele canta. E quando ele adormece, seus sons são diferentes, mas tão fortes quanto o do amanhecer.

Sons... notas musicais... música. O doce que transforma humores. A ambrosia que denota posteridade. A felicidade que nos faz ser o que somos, que mostra o que sentimos; que traduz a nossa alma, para todos aqueles que querem nos ver, naquele momento, naquele instante.

No Olimpo damos muito valor a harpas. Na verdade, as músicas com tambores e baterias sempre indicaram teor guerreiro... ou teor sexual. O sangue treme nas veias, o rufar intenso no cérebro só te faz querer dançar, ou destruir.

Música é a inspiração de tantos artistas; inspiração para tantas pessoas que acordaram mal, ficarem bem. Ou ficarem pior.

Existe música para todos os momentos ou todas as necessidades. Música para sexo, para chorar, para rir, cantar, gritar, aliviar, exorcizar, assassinar, conquistar, maltratar, protestar...

Eu amo levantar escutando música. Amo dançar... amo chorar escutando música. Música é o empurrão que falta para nos dar a coragem de realizar algo. Certas canções tocam direto nosso coração. Certas vozes nos fazem chorar, ou alegrar ou , simplesmente, transformam nossa existência em algo melhor.

Música também pode revelar a história de um país, de uma vida. A evolução ou involução de seu povo. As revoluções, as dores e feridas expurgadas em uma estrofe. A catárse contida em disfarces. Ou não. O que não muda é que o fato de o gosto popular ser primordial não significa que tenhamos que nos render a ele em todos os momentos.

A vida é tão cheia de matizes e cores e fundamentos, e notas musicais que não se pode reter-se em um momento somente, em um grupo, cantor ou estilo somente.

Nossa vida não é apenas uma canção, mas uma discografia completa, em que alternamos do triste ao alegre e sempre, sempre, poderemos fazer nosso própria coletânea.

Assim como mudamos, certas músicas assumem outros significados para nós em outros tempos. Dependendo de como vamos levando nossa vida e até aonde somos conduzidos, música tem o dom de nos mostrar o estágio que estamos. Ou o nosso humor mais profundo, ou escancarado.

O importante é entregar-se aos movimentos e as cores que em cada nota transpira. A vantagem é que você pode gostar de tudo um pouco. Ou um pouco de tudo. Não importa!!!

"Lose yourself, in the music, the moment, you own it"

sexta-feira, 3 de setembro de 2010

"not so bad at all"

"Once there was a light in the dark
And the light was too bright for me to see
Whatever was around me
It made me stumble, blurry sight, but free

I could not see, I could not hear
Pounding heart blowing heavy on my chest
Entwined with the light of the lights
I just hold hands with a stranger, what a blast

Gentle touch, suede voice, warm breath
And splinters rolling on my breast
Feeling the numbness of my thoughts
I just hold hands with a stranger, that is that

And nothing else mattered
Even the night sun can bring blowing winds
and I burn, I roll, I stumble
Air sucked from my lungs, vanishing

Once, there was a light in the dark
That leads to a never ending abyss
I feel the wings stretching on my back
I just wanna fly, I just wanna fall into this

Once I was blind with the light in the dark
And in the deep shining abyss I fall
My chest is opening, the wings are flapping
And this feeling doesn´t seem so bad at all"


Posted by Sappho

segunda-feira, 30 de agosto de 2010

Detalhes....

Lembra aquela festa de arromba?
Aquela noite com sua(seu) melhor amiga(o) que vocês aprontaram de tudo, arrasaram na festa, ficaram com os(as) caras/meninas mais gatos (as), fizeram amizade com os DJs, foram as estrelas? Outras baladas foram boas mas nenhuma se equiparou a aquela noite... “A” noite. “A”...

Anos depois, vocês encontram-se e começam a conversar, reviver o passado, colocar tudo em dia. E, claro, que AQUELA festa não pode faltar. Foi a melhor noite de sua vida. Começo, meio e fim perfeitos. Aquele dia não pode faltar.

E... sua amiga, aquela que acompanhou tudo, e viveu o dia de glória com você, a noite em que a sintonia não poderia ser mais perfeita, para ela, não existiu.

Você não está louca. Ela estava lá. Ela viu tudo. Só que ela não lembra. Simplesmente isso. Ela não se recorda. Para ela, foi mais uma noite que ela incluiu na lista de noites boas que ela teve e se mesclou com as outras. Foi apenas uma lagrima na chuva, um ladrilho branco no banheiro branco!
Não é culpa dela. Ela bebeu... se distraiu... teve outras noites melhores, com ou sem você! Não importa. Os significados não são os mesmos.

Claro que quando tudo é mútuo é melhor. Amizades sólidas e gigantes costumam vir do caldo da reciprocidade e de significados semelhantes. Mas o fato de não existir a lembrança para um assunto ou outro não se tira o fato de sentimento não existir. Pelo contrário, ele está lá. Afinal, ela ainda é sua amiga, mesmo não lembrando daquela noite.

E quantas coisas que potencializamos na vida e colocamos como sendo algo grande, como sendo o fundamento de nossa existência e, na verdade não passou de um momento no universo. Isso é ruim? Pelo contrário: é ótimo! Sentir-se grande, sentir-se bom, sentir-se feliz é recompensador. A vida valeu a pena. E feliz é o ser humano que sentiu-se assim pelo menos uma vez.

Lembrando-se sempre que toda situação pode inverter, afinal, não estamos isentos de termos vivido momentos que não foram tão bons assim, mas para outro alguém, seu amigo, namorado, irmão, irmã, acabou sendo a razão de ser feliz? E isso não é crime algum!


By Sappho

quinta-feira, 19 de agosto de 2010

Uma letra em muitos livros

Ontem fui a Bienal do Livro, com a Sappho. Chegamos lá as 14h e saímos as 22h. Sim, Sappho fez isso comigo. Ela gosta de ler. Adora perder-se nos livros. E os milênios de estudo acabaram sendo proveitosos, pois ela pratica leitura dinâmica. Vários livros devorados em minutos.
Claro que essa necessidade de armazenar coisas em seu cérebro deve fazer com que tenha que esquecer outras coisas. E isso é bom. Repôr o velho com o novo. Respirar literatura. Respirar novidade, mesmo tendo o antigo em mente. E eliminar do cérebro aquilo que não mais é necessário para sua realidade.

Eu a vejo lendo livros que ela já conhece há séculos, como se fosse algo novo. Ela sempre diz: "nunca se sabe o que eu poderia reaproveitar para agora".

Reciclar informações também é bom. Afinal, todo ser humano vive um momento específico. As vezes, aquela frase proferida não faz sentido a você até que venha o momento certo em que tudo se encaixa.

Anyway, caminhando pela Bienal, repleta de livros, posto-me em frente a estante de livros sobre mitologia grega. É interessante ler sua história contada por outros... principalmente por pessoas que não estavam lá. Nem preciso dizer o que penso disso.
É mais interessante ainda em vermos como a "mitologia grega" incentivou muitos psicanalistas a criarem analogias de males atuais em função da história vivida no passado... bem distante, diga-se de passagem.

Livros de mitologia grega, para mim, são como livros de fofocas. As evidências são duvidosas e, claro está, as imagens de Afrodite não chegam nem aos pés de quem eu sou e de como me pareço! Oh, se eu pudesse, esmagaria esses artistas e faria-os retratarem-me como realmente sou!

Mas fui para ver o brilho nos olhos de Sappho e, claro, vêr seu gozo ao descobrir livros que ela escreveu sob pseudônimo, ou traduziu. Vem correndo para me mostrar. Ai, é fofa demais!

Outra coisa que me perturba em lugares assim é eu ter que ocultar meu encanto natural, caso contrário nenhum ser humano poderia deixar de me admirar quando eu passo. (isso não está nos livros de "mitologia")
Portanto, tenho que me ocultar, ser apenas uma mulher bonita, o que não é fácil para mim. Mas não fico chateada em não ser o centro das atrações quando a atração principal são as letras. Não fico chateada em ser apenas mais uma letra. E também porque eu prometi a Sappho que não faria isso ou ela não me deixaria vir...

... mas devo confessar que quando Sappho me esqueceu por alguns segundos, deixei parte do meu encanto natural surgir. Eu vi e senti os atendentes do stand em êxtase, ereções, cheiros de excitação e felicidade no ar, olhos brilhando em minha direção, oferendas sendo adquiridas. Tive que parar ou Sappho veria e me beliscaria de novo! Aiaiaiai... Acho que Sappho não virá no último dia, que é domingo! E deve ser o dia que estará mais cheio, não?

segunda-feira, 16 de agosto de 2010

Você já...?

Então... tem algumas coisas que eu sempre pensei. E deduzo que o ser humano é realmente muito engraçado.

Olha só. Você já não foi convidado para uma festa que NÃO queria ir e mesmo assim ficou chateado?
Você não queria ir para a festa. Você não iria! Por que exige um convite?

Você já quis ficar com alguém, mesmo sabendo que não daria certo? Você só ficaria por ficar, não faria mais nada, não prometeria nada, faltaria em compromissos com amigos por alguns momentos vazios e mesmo assim voce insiste na fantasia. Qual o motivo disso?
E pior: suas investidas são rejeitadas. Não é bom? Você tentou algo sem futuro com alguém que não te quis e impediu uma reviravolta desagradável na sua vida. E mesmo assim, você fica mal.

Você já esteve em dieta e foi comer naquele restaurante que você ama a sobremesa. Quando chegou a hora da sobremesa, acabou os ingredientes, o que a torna indisponível no cardápio. Você fica mal, mesmo sabendo que comer a sobremesa significa uma traição a você mesmo. Por quê?

Sabe aquele amigo do seu namorado, ou da sua namorada, que você odeia? Então, você odeia a pessoa. E, no futuro, descobre que ele(a) também não vai com a sua cara. E você fica mal por isso. Por quê???

Por que a rejeição de coisas que não querem ou não gostam acaba sendo tão perturbadora aos humanos?

Existe uma teia que entrelaça os humanos que impede a objetividade. Se você se interessa por alguém, qual a dificuldade em falar?
Pior: quando existe interesse mútuo e não existe jogo de sedução ou o que quer que seja, todos se desanimam tão facil e tão rápido. Por quê?

Tantas horas perdidas. Tantas noites de sono enroladas.

Anyway, ser humano é bicho estranho mesmo. Por isso que existem deuses: para dar aquele soprinho quando o ser humano mais precisa.

Como diz Madonna: "if it makes you feel good, then I say do it..."

sexta-feira, 13 de agosto de 2010

love her...

Venus as a Boy - Björk

his wicked sense of humour
suggests exciting sex
his fingers focus on her
touches, he´s venus as a boy

he believes in beauty
he´s venus as a boy

he´s exploring
the taste of her
arousal
so accurate
he sets off
the beauty in her
he´s venus as a boy

he believes in beauty

he´s venus as a boy

http://letras.terra.com.br/bjork/93097/

quinta-feira, 12 de agosto de 2010

Shakespeare...

Hoje vou escrever sobre Shakespeare. O cara era bom. Muita gente diz que ele não existiu, que era um pseudônimo. Segundo Neil Gaiman, Morfeus deu a Shakespeare o sonho chave para que ele pudesse escrever e produzir Sonhos de Uma Noite de Verão.

Mas eu não apenas o conheci, como o inspirei a escrever seus romances. Pelo menos os trechos em que nos apaixonamos e sofremos com o amor, as ardências do coração e queimação do estômago da ansiedade que tais sensações provocam.

Também foi sábio a ponto de esmiuçar inveja... como em Othelo. Yago odeia Othelo. Finge-se seu amigo para destruir sua vida.
Lady Macbeth, uma das mulheres mais amargas da história literária... amargas e pragmáticas, também.

Romeu e Julieta, uma de suas peças mais famosas, que eterninou o fato da paixão ser o melhor de um relacionamento. Franco Zefirelli arrasou em sua filmagem clássica e Baz Luhrmann transformou a versão antiga em pura energia e atualização constante para os tempos modernos.

E as comédias como Muito barulho por nada, A Megera domada, a própria Sonhos de uma noite de verão, que o Sr. Woody Allen tratou de satirizar criando Sonhos Eróticos de uam noite de verão e Kenneth Branagh criou Sonhos de uma noite de inverno. Comédinha tosca, rodada em preto e branco, mas com momentos hilários.

Os sonetos românticos, que fizeram muitas senhoritas do Séc XVIII e XIX sonharem com o verdadeiro amor, enquanto eram entregues para casar com homens mais velhos em troca de dotes familiares para sustentarem suas famílias.

Mas nada se equipara ao deleite em ler Hamlet, transposto diversas vezes ao cinema, mas que teve sua melhor reprodução com o filme dirigido e estrelado por Kenneth Branagh. Releitura filmada, quase quatro horas de filme, tendo o impecável elenco que além do próprio Kenneth inclui Julie Christie, Gerard Depardieu, Judy Dench , Rufus Sewel, Derek Jacobi (ator clássico britânico, sábio disparador de frases shapeareanas e muito reconhecido no teatro), os improváveis Robin Williams, Billy Cristal e Jack Lemmon e Kate Winslet, como Ophelia. Já havia visto diversas interpretações de Ophelia (inclusive, uma marcante, do Hamlet estrelado por Mel Gibson, que não faz feio, mas quando entra Helena Bonham Carter, Mel Gibson parece uma formiguinha no quesito de interpretação - Helena faz bonito como Oophelia, talvez por ser britânica e haver estudado para interpretar personagens desse calibre), mas Kate Winslet é insuperável. Ela encarna a Ophelia apaixonada, enlouquecida por amor... cuja participação é tão trágica, quanto uma lufada de ar e leveza até seu destino trágico vir a tona.

Ophelia, em principio, é o que eu mais prezo nos apaixonados. Mas a fragilidade e paixão de Ophelia não é párea para a sede de vingança obstinada de Hamlet. E é esse perdimento que me faz ser odiada, por vezes, pelos amantes.

Sempre lembrando que não sou responsável, sou somente a influência. Ser responsável é pegar na mão da pessoa e escrever o que eu quiser. Influenciar, é simplesmente ditar. O livre arbítrio de escrever é da pessoa que ouviu o ditado.

"Afrodite, eu te odeio!"
"Eu odeio o amor!"

Hello-ooo, galeraaaaa!!! Eu não tenho culpa se vocês se cegam, se problemas de infância faz vocês jogarem as frustrações no seu alvo de paixão!!

E isso, Shakespeare esfregou bem na cara de todos! Ele mostra como as pessoas se cegam pela influência alheia; como é mais fácil acreditar no outro em vez de si mesmo...

Como diria o prepotente Hamlet:

"For there is nothing either good or bad, but thinking makes it so."

E ... como diz o próprio Puck, causador de algumas moléstias pueris, seguidor de ordens e pregador, encerro o dia de hoje:

"Se vos causamos enfado por sermos sombras, azado plano sugiro: é pensar que es­ti­ves­tes a sonhar; foi tudo mera visão no correr desta sessão. Senhoras e cavalheiros, não vos mostreis zombeteiros; se me quiserdes perdoar, melhor coisa hei de vos dar. Puck eu sou, honesto e bravo; se eu puder fugir do agravo da língua má da serpente, vereis que Puck não mente. Liberto, assim, dos apodos, eu digo boa-noite a todos. Se a mão me derdes, agora, vai Robim, alegre, embora."

segunda-feira, 2 de agosto de 2010

...chorar...

Você já teve vontade de chorar?

As pessoas pensam que deuses não sabem chorar, ou não se condoem com o choro alheio, mas sim... nós choramos.

Não aquele choro causado por filme e sofrimento alheio. Não aquele choro de raiva do chefe que você se tranca no banheiro e começa a chama-lo de cavalo para baixo. Aliás, tadinho dos cavalos: eles são educados e humanos jamais podem se comparar a um chefe mal educado com abuso de poder. Também não é aquele choro de alegria, quando algo ótimo acontece, de promoção a casamentos; de vitória do time até o nascimento de bebês. Também não é o choro causado por aquele choro coletivo: sabe, quando todo mundo está chorando e você está sem nenhuma vontade e chora também?
Nem choro de medo quando acorda de um pesadelo.

O choro que estou falando é aquele choro que você perde o fôlego. Aquele choro que começa com uma razão, que durante a crise é esquecida e substituída por todas as razões mencionadas acima. Só que esse é aquele choro que você só pode chorar quando está só. Aquele choro que se você chorar na frente dos outros, você seria taxada de louca histórica. Aquele choro que não é uma garoa, mas uma enchente. Aquele que você lava a alma.

Primeiro você passa um mês com vontade de chorar. Começa com a frustração de você não ter o que quer, não poder comer aquele chocolate, ter perdido seu emprego. Começa com o torpor e com o fato de você se convencer de que tudo está bem. E até está. Você ri e esquece de chorar. Mas seu organismo não esqueceu.

E durante os dias seguintes, seu corpo começa a acumular aquele choro. E outras coisas acontecem. Seu chefe foi grosso, você viu um filme triste, ou alegre (aquelas comédias românticas americanas, com o povo bem alimentado, sofrendo por amor), o capitulo da novela foi foda, você engordou 2 kgs mesmo comendo aquela porra de saladinha, você viu uma mãe mendiga espancando o bebê, seu pai e sua mãe dizem que te amam, aquele cachorrinho ou gatinho te olhou na rua e você não pode levar para sua casa... casais queridos terminam relacionamento... ou seja, N motivos.
Seu corpo sente.Suas emoções estão a flor da pele.

E... então, naquele dia que nada acontece... naquele dia que o banco resolveu descontar R$ 0,50 da sua conta, ou que você quebrou aquele copo, ou que você chegou em casa, viu que não tinha ninguém e que comeram o último pedaço de bolo de chocolate... o choro vem. E ele vem com toda força! Dias de dor são exprimidos de você.
O choro começa de um jeito fraquinho... lágrimas caudalosas correndo languidamente pelas bochechas. Essa é a parte educada da coisa.
Aos poucos, o choro vai se intensificando. Vai se tornando doloroso. Você sente o caroço querendo sair do peito e começa a chorar de verdade mesmo. E começa e lamentar em voz alta. O nariz começa a obstruir com secreção. A principio, um pedaço de papel higiênico resolve. Depois, o rolo já está do lado, ou no colo. Logo, o rolo é esquecido porque você desiste de assoar e fica aquela melequeira de catarro, baba... e você jogada em um canto no chão da sala, ou do quarto. Ou do banheiro...

Então, com o resto de dignidade que você tem, você tenta levantar e vai lavar o rosto na pia. Vê que não tem forças e vai se arrastando. Ao chegar no banheiro, apóia-se na pia e visualiza seu estado: olhos e lábios vermelhos e intumescidos, catarro seco no canto do nariz, camisa pingada de baba e secreção... respiração irregular por conta dos soluços, mãos sujas de ficar limpando os olhos e o nariz... e começa a sentir pena de si mesma, voltando a chorar. E volta a desabar, dessa vez na privada, com os joelhos juntos, calcanhares separados, ombros voltados para o chão: a imagem da desolação.

Ou seja... é bem feio.

Geralmente, só choramos desse jeito sós em casa. sem ninguém para nos acompanhar, porque é um momento nosso. Ninguém faz isso no trabalho ou no escritório. Não seria legal ou ao menos simpático.

Mas o legal é que quando acaba essa sessão de choro, a vida volta a ser colorida novamente. As lagrimas lavaram a alma e a poeira das íris, e a garganta permitindo ver tudo colorido na nossa frente e que nossa fala saia sem aquele caroço dolorido que encalacrava nossa voz.

Do the right crying, on the right time.

quinta-feira, 29 de julho de 2010

"…these are a few of my favorite things..."

Vocês já assistiram ao filme A Noviça Rebelde? Ai, eu já! É um filme animador, encantador, inovador e bastante divertido. Julie Andrews realmente está fascinante no papel da noviça. As crianças são fofas e o filme é carregado de canções com som cativante e efeito energético.

A frase do título é de uma das músicas do filme.

Acho que falamos demais sobre coisas que nos deixam tristes, ou raivosos e irritados. E concordo mesmo que temos que falar para aliviar a raiva e evitar que alguém seja morto devido a nossa ira.

Mas também é bom falar ou lembrar de coisas que fazem a gente se sentir bem. Não está em ordem de chegada ou de qual gosto mais, porque eu gosto de tudo isso indiscriminadamente.

- Ser olhada e beijada por quem você quer passar a vida inteira junto.
- Beber. Não beber desenfreadamente, mas beber combinando o sabor da comida com o sabor da bebida. Por exemplo: cervejas mais fortes e escuras para carnes de porco e carnes vermelhas; cervejas mais claras para carnes brancas e comidas apimentadas.
- Comer.
- Cozinhar, combinar os temperos e os alimentos.
- O jeito que meus bichinhos de estimação olham para mim (porque uma deusa tem que ter admiradores).
- A atenção que uma pessoa dispensa para mim. Eu faço isso naturalmente, pois deuses do amor são assim. Mas a atenção contínua me deixa exultada! O livre arbítrio humano e a tecnologia tornaram as pessoas e as amizades dispensáveis e ter essa atenção me deixa além de satisfeita.
- Ler em uma tarde chuvosa.
- Dormir a tarde.
- Pegar uma sessão de cinema perfeita.
- Acordar e encontrar os bichinhos dormindo comigo.
- Beijos na bochecha.
- O silêncio gradativo da cidade conforme a madrugada chega.
- Música.
- Filmes.
- Ser irmã mais velha.
- Proteger.
- Saber que o amor nos olhos dos pais é verdadeiro.
- Dia com os amigos.
- Dia ensolarado com vento frio.
- O primeiro gole de bebida gelada descendo pela garganta sedenta.
- O cheiro familiar da casa que a gente cresceu.
- Andar.
- Cosquinhas.
- Aprender algo novo sozinho.
- Saber algo que somente você sabe.
- Ir ao supermercado de outra cidade que não seja sua.
- Chegar na padaria e comprar o pão quentinho.
- Shiatsu.
- O cheiro de flores ao desabrocharem.
- Chocolate.
- Leite.
- Ser deusa.
- Fazer xixi quando se está bem apertado.
- Ver criança dando gargalhada.
- Ver cachorros brincando.
- Ver gatinhos se divertindo com bola de papel.
- Lembranças boas de lugares legais, com pessoas inesquecíveis.
- Woody Allen, tarde chuvosa e café com creme de leite (combo, nessa ordem).
- Viajar.
- Cheiro de quarto de hotel (hotel legal).


Tem outras coisas.

Mas eu lembrei que o dia de hoje está com sol... e ventinho gelado. Vou aproveitar!

terça-feira, 27 de julho de 2010

ser o que se é... sem tirar nem acrescentar.

As vezes, procura-se seguir o padrão de estética geral.
As vezes, procura-se seguir o padrão de normalidade formal.
As vezes, esconder-se dentro de seu próprio casulo nada mais é do que uma forma de manter-se são em um mundo de acusações. De ser o dono de sua razão onde todos querem ser seu dono.
Os loucos nada são do que guerreiros pela sobriedade que todos sempre disseram que nunca existiu.
Os bobos nada são do que os guardiões de uma inteligência que não merece ser compartilhada.
Ser responsável é diferente de ser repressor, ou reprimido!
Loucos e bobos não são responsáveis por si, porque sempre tiveram quem foi responsável por eles!
Como acreditar em detentores da razão geral, da moral definida, da inteligência superior, da presidência de um mundo ordenado quando, no íntimo, todos querem tirar a roupa e correr na chuva, tocar violino entre os carros, rir desembestadamente, ter amigos verdadeiros, ser um amigo verdadeiro, entender os animais, abraçar as plantas e árvores, respirar fundo e não sentir necessidade de violar direitos constitucionais e alheios por ser livre?
Sem restrições de seu próprio ser não há transgressões. Sem permissões que restrinjam seu ser não haverá transgressores que o façam.
Amar é cuidar, não forçar.
Amar é mostrar os caminhos, não puxar pelo caminho que apenas um considera correto.

Cada dia que passo vejo as pessoas se perderem em um mar de identidades alheias por não encontrar a sua própria. E da infelicidade de ser o outro, perde sua maior qualidade: a soberania de ser você.

Boa semana - Sappho

segunda-feira, 19 de julho de 2010

http://abrigodonacidinha.blogspot.com/

Sappho, de volta da pneumonia e sempre alerta.

Hoje somente deixo esse link para que o blog mencionado seja acessado.

http://abrigodonacidinha.blogspot.com/


Não deixar-se abater, vencer o cansaço, vencer a dor, vencer a solidão... existe coisas maiores que precisam ter nossa atenção.

terça-feira, 13 de julho de 2010

Blogpost...(del)... blospot!!

Eu, como uma deusa, superior aos mortais, tenho que estudar tudo, checar tudo, perceber tudo! Fui criada sabendo muitas coisas, segredos, mistérios e maravilhas, e sou expert no meu ramo de atuação. Mas algumas coisas me intrigam. E, ao me intrigarem, por vezes, me irritam.

Por que toda vez digito "blogpost" em vez de blogspot? Meus dedos são mais rápidos do que meus pensamentos? Será que é uma confusão mental que envia a ordem errada aos meus dedos?

É como escrever a palavra "pedido". Eu sempre escrevo primeiro "peido". Por quê?

Então... esse parece ser um questionamento superficial diante de tantas coisas acontecendo por aí. Mas vamos pensar no seguinte: por que toda vez que estamos diante de uma bifurcação, escolhemos o caminho que vamos "quebrar a cara"? Se sabemos que é o errado, qual o motivo de escolher esse lado?

Parece que uma coisa não tem relação com a outra, afinal, o que um erro recorrente de digitação tem a ver com escolhas que fazemos na vida?

Pelo que eu entendo do ser humano, tudo o que é errado em nossa vida é visto como uma falha. Digitar a mesma palavra errada é uma falha. Não saber qual caminho seguir e escolher errado é uma falha. Insistir em um relacionamento falido, é uma falha. Entrar em outro relacionamento prestes a falir, também é falha. São escolhas conscientes... algumas, inconscientes, como em uma danceteria cheia de gente, escolher justamente aquela menina bonitinha que acabou de sair de um relacionamento conturbado, sendo que as últimas sete que você tinha tentado algum tipo de namoro, tambén tinham o mesmo discurso.

Por que o comportamento padrão de cada ser é agir como sempre. Por que digitar sempre a mesma palavra errada? É tão incontrolável assim? A diferença em nossa vida e a palavra digitada erroneamente é uma só: na palavra digitada errada você pode dar um delete ou backspace e a palavra é apagada, corrigida e o texto flui naturalmente. Na vida, precisa-se quebrar o ciclo. Precisa-se viver todo o engano, supera-lo e a vida vai colocar outro engano até você quebrar o ciclo.

Até que vai chegar um momento que quando você mudar as ações você quebra o ciclo e consegue namorar aquela menina bonitinha que acabou de sair de um relacionamento conturbado.

A questão é simples: blogpost blogspot.com
ou
blogpost blogpost blogpost blogpost....

segunda-feira, 5 de julho de 2010

ser amiga é...

Sabado a noite, você se arruma e decide que está linda e pronta para sair e arrasar na noite.
Ao passar no quarto de sua amiga para se despedir, vê lágrimas escorrendo, inexoráveis, ao som de My Heart will go on da Celine Dion, com a gatinha de estimação dormindo na cama e com dificuldade de respirar.
Com isso... desiste de sair, sob protestos dela, que "não quer a piedade de ninguém", e resolve que vão assistir um filme de terror para esquecer de toda aquela tristeza, vão comer pipoca doce e passar a noite de sabado em casa.
Afinal, o que é um sabado para quem tem a eternidade? O que é 2 baldes de pipoca para quem não pode engordar? E... o que é uma noite de sabado com estranhos se você pode estar com sua melhor amiga, aquela para quem você não tem segredos ou esconderijos em seus olhos?
Os estranhos podem esperar, definitivamente.

terça-feira, 22 de junho de 2010

...vaca sem sino...

Acredito que ser mortal deva ter suas vantagens. Eu não sou mortal... mas eu convivo com eles e sei que deve haver vantagens. Mas a maior desvantagem é que mortais podem morrer. Ficam doente, assim, do nada, e correm risco de vida.

Sappho está com principio de pneumonia. Pneumonia é o tipo de coisa que quando você menciona: "fulano tá com pneumonia" você recebe em troca uma careta e um: "xiiiii..."

Ou seja, não é bonito... e pode matar alguém.

Sappho, se não se cuidar, pode acabar tendo uma pneumonia. E como imortal, ela escolhe quando morrer. Mas isso não a impede de ficar doente (todo encanto tem uma pegadinha...) . E como é uma escritora, sente tudo com muito mais intensidade do que qualquer outra pessoa, amor, felicidade e, inclusive, a dor e a doença.

Tudo isso para dizer que como Sappho está mal e pode se desanimar, resolvi fazermos um festival Almodovar aqui em casa. Sabe? Todo filme do Almodovar carrega uma ironia colorida, em tons berrantes, personagens excentricos, tudo para mostrar a vida e os sentimentos como eles são, de dentro para fora... raramente de fora para dentro.

Um dos filmes que vi no passado, o primeiro filme que vi do Almodovar no cinema, foi A Flor do meu Segredo. E fiz questão de mostrar a Sappho esse filme.

O filme tem Marisa Paredes interpretando uma romancista de livros cor-de-rosa de 2ª categoria e que tem certo sucesso, mas se esconde sobre o pseudônimo de Amanda Gris. Paralelamente ela se sente infeliz, pois seu marido é um militar que está sempre no exterior. Quando seu casamento começa a entrar em crise Leo se vê entrando em desespero, o que a leva para a bebida e a parar de escrever seus contos com final feliz e transforma-los em romances negros.
Ela entra em estado solitário, e sua solidão é tanta que chega a pagar por um cara na rua para ajuda-la a colocar seus sapatos.
A partir daí é ladeira abaixo em depressão. Em uma entrevista com Marisa Paredes, ela conta que o Almodovar optou por filmar inicialmente a cena em que a personagem tenta fazer a maior besteira de sua vida. Ele queria pegar a personagem em seu estado mais frágil e a partir daí, insuflar-lhe alguma luz.

Sempre que estamos perdidos, acabamos indo visitar nossa família. Conversar com nossa mãe e nosso pai (no caso de Almodovar é sempre a mãe e uma irmã recalcada que cuida da mãe até o fim) nos coloca de volta ao eixo. E nesse momento, a mãe compara a personagem principal como uma vaca sem sino, perdida e sem ter como ser encontrada por outros.

Eu não me sinto assim... sei bem minha função e tenho minhas responsabilidades que parecem ser conduzidas levianamente. Mesmo porque , Zeus nem sempre tem tempo para minhas besteiras. E por ser uma deusa, teoricamente, devo ter conhecimento de tudo.

Mesmo assim, Almodovar sempre me faz pensar que ser humano é sentir tanto... e tanto...

Também gosto de Volver. Mulheres a beira de um ataque de nervos... Ata-me. Kika... Má Educação... Tudo sobre minha mãe...
Anyway... Almodovar é 10!

Sempre lembrem-se que quando sentirem-se como uma vaca sem sino, façam uma visita ao seu passado. Lembre-se de onde você veio, para saber quem você é. Reencontre seu sino.

E nada de pneumonia. Fazer amor sem poder respirar é romantismo demais até mesmo para mim!

sexta-feira, 18 de junho de 2010

Dor de garganta... e Saramago!

Hoje estou com dor de garganta. Mesmo sendo imortal, tendo essa graça concedida pela deusa Afrodite, eu não consigo evitar uma dor de garganta! Como pode? É tão irônico que não chega nem ser engraçado o bastante.

Mas... a dor de garganta, toda dor, é uma consequência de algo que fizemos no passado. A dor é o preço que pagamos. As vezes, desnecessário, mas sempre existente!
Nem sempre percebemos, mas isso fará parte do nosso futuro, o que quer que seja... e se manifestará através de algum tipo de dor.

E... por falar em dor, hoje perdi um de meus grandes amigos dessa vida. Um professor único e onipresente, em minha biblioteca, em minha vida, que me fez sempre olhar para a frente e saber distinguir pessoas de "pessoas"; que iluminou alguns de meus pensamentos mais recônditos e me fez refletir sobre o que poucos refletem. José de Souza Saramago, signo Escorpião, daqueles bem nativos, que não temem mesmo em falar a verdade, em machucar quem tiver que machucar... a verdade tem farpas afiadas e arrancam pedaços de carne quando nos toca. Mas nos faz perceber outras coisas também.

"Se podes olhar, vê. Se podes ver, repara."

Certamente quem já leu algum livro de Saramago, não conteve-se e teve que ler algum outro. Um dos mais importantes e talentosos escritores dos tempos modernos, que captava a alma das criaturas humanas... até mesmo de alguns animais.

Vamos sentir sua falta.

Hoje e sempre.
Afinal, o meu coração, assim como o seu, também é feito de "carne e sangra todos os dias."

terça-feira, 15 de junho de 2010

Sappho, I´m comming home...

Eu deixo Sappho sozinha por menos de uma semana para me recuperar em um fim de semana maravilhoso na Grécia, fazendo, comendo, bebendo, do bom e do melhor, e ela transforma o blog e a casa em um momento de reflexão profunda sobre a vida e a desesperança.

Tudo bem que ela até que é otimista, mas esse negócio de "remelas do tamanho de trem" é totalmente e escatologicamente incoerente com o que julgo atraente. Pobre Sappho... desde aquela menina de Paris, nada foi o mesmo...

Alguém conhece uma moça que seja bonita, legal e inteligente? Nem precisa ser muito assim... o suficiente para insuflar um pouco de esperança... Sappho é movida a amor e esperança, principalmente esperança!!!

Aliás... quem não é??

Pobrezinha... vou anima-la essa semana...

E... falando disso, o povo grego, não satisfeito com o problema financeiro que aflige sua terra, entristecendo e enraivecendo o povo a ponto de colocar "romance" como um dos últimos itens da lista de prioridade ainda sofreu o revés no futebol: depois de levar dois gols, romance caiu para o item final da lista. Incrível como a derrota nos faz sentirmos tão impotentes, não é?

Espero que isso não aconteça com o time brasileiro hoje, ou vou passar um final de semana na Alemanha!!!!

quinta-feira, 10 de junho de 2010

Nothing to fear...

Como escritora que sou acabei pegando uma mania de escrutinar as pessoas com muita meticulosidade... tentar adivinhar seus pensamentos e atos antes de serem cometidos. Sento em um café, em algum lugar e fico horas, fingindo ler, ou fingindo trabalhar no laptop quando, na verdade, estou observando as pessoas, e fazendo anotações do seu jeito e maneira de ser. Ao contrário de Venus que simplesmente sabe o que as pessoas pensam, eu tive o privilégio de ter o tempo ao meu lado e o uso para tentar reconhecer a alma humana tão logo eu veja uma pessoa. Aos poucos, aprendi que para você saber o que os outros pensam você precisa escutar seus próprios pensamentos e conhecer o seu próprio âmago. Sem isso, você não conseguirá jamais olhar para o outro e saber o que ele quer. Interessante esse paradoxo.

E, claro que tendo como meu sustento livros e escritos, preciso saber reconhecer os seres, para tornar as ações de meus personagens plausíveis. Por vezes, até vivo como meus personagens, para entender suas emoções, transformarem em minhas emoções e, portanto, seguir em frente com um trabalho dedicado aos outros.

Diferente das poesias e crônicas, que processo e filtro tudo com meus olhos, sem precisar me colocar no lugar de ninguém.

E, nesse processo de ser o outro para poder me encontrar, começo a entender o ato um de minha peças, mas sem deixar de me perguntar o quanto a humanidade por vezes se perde, chafurdando em sua própria lama, reclamando de sua própria vida.

Acordar, ir ao trabalho, permitir que um novo dia entre pelos seus olhos.

Interessante como o dia sempre começa com algumas obrigações, como espreguiçar, ir ao banheiro, lavar o rosto, as mãos, extrair remelas do tamanho de trens, escovar os dentes, tomar banho, senão tomou na noite anterior. Interessante como tudo tem seu motivo, tem sua explicação e como acreditamos piamente nesta explicação, nestes rótulos que colocamos em nós mesmos. Ler o jornal para abastecer o cérebro de argumentos em conversas e decisões para sua própria vida. A tortura de ler o jornal, ver os eternos sofredores sofrerem, ver os políticos rirem, mesmo quando choram, pois eles ganham qualquer que seja o jeito e, querendo ou não, ganhar é bom, pois com o ganho você elimina as perdas, ver a cultura afundando, ver o clima mudar, ver as guerras continuarem iguais, preconceito, extinção, mudando apenas os personagens desta peça suja que é o nosso próprio palco, o palco ao qual fazemos parte. Ver a saúde afundar, ver o céu desabar, ver surgirem novas doenças e pessoas morrendo com vacinas e isso simplesmente tira o oxigênio e parece que sufocamos no gás carbônico que tudo indica estarmos condenados.

Aliás, o mundo por vezes se desanima sozinho, se lambuzando em sua própria meleca. Ler o jornal e não ter vontade de mudar, ler e não demonstrar emoção... somos o quê? Máquinas? Ou estamos no estágio que de tanto apanhar não mais sentimos dor? Talvez.... amortecidos pela própria realidade. Amortecidos pela confusão de desconhecermos como agir, em grilhões de paralisia cerebral que nos permite pensar em nós, em nossas únicas vantagens, em nossa única realidade. Gritos mudos de socorro expressos em nossos olhos, mas nem ao menos sabemos que gritamos, nem ao menos sabemos porque temos que gritar... Sim, gritar para aliviar nosso coração. Não fazemos isso no metrô, não fazemos isso no ônibus, não fazemos isso com o chefe, não fazemos isso com os seres ao nosso redor, e mesmo quando fazemos não é um grito verdadeiro, para expressar nossa insatisfação com nossa única realidade, mas para extravasar nossa insatisfação com os outros, culpando-os por nossa realidade ser como é, sem nem ao menos cogitarmos que nós que fazemos nossa história, nós que fazemos nosso presente e que as consequências são oriundas de nosso atos que exigem seu preço. Preço!

E, mesmo assim, a gente encontra forças para continuar. Forças para viver... pelo prazer que é levantar de manhã e PODER pensar em tudo isso. De receber uma nova chance para mudarmos, para ajudar... para sentir que ser humano é estar intrinsicamente linkado com outro, sentindo a calidez de estar tão longe e tão perto... A esperança de que podemos ser mais e podemos fazer mais! Sonhos de sermos mais e podermos mais.

De novo, estou presa no paradoxo... um paradoxo que adoro... e acho que estou chegando lá... onde quer que lá seja!
E vamos voltar ao trabalho!!

quarta-feira, 9 de junho de 2010

"Remains of the day"

... ainda em recuperação de um feriado ESTONTEANTE.


Deuses não precisam dormir ou comer. Mas, pelo menos 10 entre 10 mortais incluem dormir e/ou comer em uma lista das 10 melhores coisas para se fazer na vida, então, eu acabo seguindo a regra, até mesmo para saber como funciona. Não como muito e passo dias sem me alimentar, porque esqueço de faze-lo. Mas vira e mexe acabo sendo vítima de algum novo restaurante ou de algum jantar elaborado por Sappho, quando ela está inspirada.

Bem, somente relatando rapidamente o feriado, foi simplesmente divino, como um delicioso jantar após uma semana cansativa no trabalho, acompanhado pelo melhor vinho de uma região rara de cultivar uvas e tendo a melhor e mais gostosa sobremesa já degustada. Pude exercer todo o meu poder sobre mortais, fiz casais, desfiz outros, dancei como uma deusa, construí templos e destruí alguns casos infelizes, somente para todos verem que a vida é curta e temos que aproveitar cada segundo. Não digo aproveitar cada segundo desenfreadamente (isso é estúpido), mas aproveitar cada segundo com coisas que podem estar intrinsicamente ligados em um futuro total, que no final de sua vida você consiga olhar para trás e ver o arco-íris belo, cheio de cores fascinantes. Fazer por fazer gera um desfazer mais rápido e buracos negros na cor que é viver. E uma deusa do amor jamais agiria assim!

Pois é...

... ainda em recuperação... acho que vou para Ilha Bela, ver o mar. E, aproveitando, vou fazer uma viagenzinha rápida para a Grécia, dar um pulo no Peloponeso, passear um pouco no Canal de Corinto e Creta, para matar a saudade. Dormirei sendo banhada pelo sol do inicio do verão grego, brisa suave, comerei mezédes (antepastos grego) de patê de berinjela, coalhada com pepino e aolho; frutos do mar a vontade; horiátiki (salada típica de tomate, pepibos, cebola fininha, azeitona e pimentão) com muito azeite, e uma fatia de queijo fetá!! aiaiai... tudo isso acompanhado com vinho Santo e Ouzo... Afinal, não fico bêbada e deuses não engordam! Saudade cresceu...

quarta-feira, 2 de junho de 2010

Feriado...

Gostaria muito de ter a empolgação de Afrodite. Quisera ter também os milhares de convites que ela receber para ir em locais que, obviamente, ela não vai. Quer irritar um Deus é fazer o que o eles não querem fazer.

As vezes, ela aparece, mas dá a entender que foi por sua vontade. Durante os 4 dias de feriado, ela provavelmente participará de uns 45 eventos. Afinal... ela pode estar onde quiser em um piscar de olhos.

Gostaria de dizer que não ligo para o fato de ela ter o celular tocando a cada 2 minutos. E não é por irritação. Admiro sua animação e força de vontade. Não sei se ela considera que o que faz é trabalho ou diversão. Trabalho, porque sem ela e sem sua pitada de romance e luxúria, as festas seriam enfadonhas. Vamos ser honestos: sexo, ou a possibilidade de ter sexo, até mesmo conversar sobre, acaba dando aquela pitada a mais em qualquer rodinha. E isso ela faz muito bem. E o desejo que ela desperta nas pessoas, ou faz com que seja despertado por quem ela acredita ser a pessoa correta; a maneira como ela amplifica e faz a espera insuportável... incrível! Claro está que algumas pessoas não precisam de Afrodite. Mas para outras, sua influência é primordial.

Factualmente, amo Afrodite, e adoraria ter 1/10 de sua vida social. Isso aumentaria as chances de finalmente eu encontrar um amor que em fizesse perder a consciência e finalmente pedir para partir. Pois estou aqui por força e vontade própria. Já vi outros amores de minha extensa vida partir, e chorei por anos tais perdas. Mas sou muito curiosa para me permitir ir antes de ver mais um pouco, conhecer mais um pouco.
Claro está que para encontrar alguém não precisa-se ter vida social agitada. Basta ter paciência. Mas, depois de Paris, estou sem paciência e afoita por algo menos significativo, onde eu não me sinta obrigada a depositar tanta esperança.

Hehehe... É interessante o dom da procrastinação. Tudo isso para dizer que eu não tenho compromisso no feriado. Me perdi tanto em trabalho e prazos para cumprir que não consegui nada de especial para fazer. Claro que se eu pedir, Afrodite me leva aonde eu quiser ir, ou acaba me convidando quando me vê soterrada por livros e trabalho. Ela gosta de ser intermediária, e adoro a companhia dela. Por outro lado, gostaria de passar um feriado com A pessoa. Seja qual for. Mesmo que seja uma pessoa cujas intenções sejam ilusórias de duranção limitada.

Ou seja, mais contraditória impossivel. MAs... quem não se perde no paradoxo vez ou outra?

Acho que vou ao cinema, caminhar em algum parque (Adoro o parque Villa-lobos), ler livros, me entupir de cultura...
E ver quanto tempo eu conseguirei resistir até Afrodite me tentar para um de seus compromissos.

Nunca tive esses problemas na antiguidade... o que está acontecendo???????

terça-feira, 1 de junho de 2010

"Holiday... Celebrate..."

Acho que não existe neste mundo alguém que seja tão minha súdita quanto Madonna...

Ela consegue em um único trabalho mesclar liberdade sexual, confusão emocional e depravação, com letras que podem ser tão profundas quanto superficiais, dependendo do ouvinte. Realmente, uma das melhores performers e merecedora de um lugar em algum Olimpo.

Eu me sinto muito melhor com ela, que possui o dom de animar qualquer festa ou pista de dança, com a música correta, é claro.

Mas ela consegue fazer isso, sem sombra de dúvida.

E, agora em São Paulo / Brasil teremos outro feriado. Feriado religioso novamente. E a cidade estará recheada de atrações pois além de tudo é a Parada Gay no domingo. Muitas coisas para se fazer, muitas baladas para participar e trabalho a realizar. Afinal, qual seria a graça em vir para São Paulo e não se apaixonar ou cair na tentação por alguém. Sim, terei uma grande semana...

Madonna, perdão pelo trocadilho... mas é assim que eu quero que todos que vierem para este feriado em São Paulo se sintam e saiam daqui com esse gosto na boca:

"I fell in love with São Paulo Warm wind carried on the sea, he called to me
Te dijo te amo, I prayed that the days would last, they went so fast"

Até já e...Je vous attends!

sexta-feira, 28 de maio de 2010

"Everybody has a secret world inside of them..."

"Everybody has a secret world inside of them. All of the people of the world, I mean everybody. No matter how dull and boring they are on the outside, inside them they've all got unimaginable, magnificent, wonderful, stupid, amazing worlds. Not just one world. Hundreds of them. Thousands maybe." - Neil Gaiman

Não sei se algum de vocês já leram Sandman, quadrinhos adultos escritos por um rapaz chamado Neil Gaiman.

Realmente, é incrivel! Podemos viver por milênios, e apesar de toda a morosidade que vivemos, podemos eventualmente descobrir algo novo. Algo que tem o efeito de uma brisa gelada após uma caminhada escaldante no deserto.

Já ouvi falar no passado a respeito e somente de dois anos para cá resolvi me embrenhar na leitura. Claro que tudo é muito lento, tenho muito o que trabalhar e as vezes ler é complicado, mas... estou fugindo do foco.

Voltando, a leitura é interessante, profunda, e por vezes tem frases que podemos incorporar ao dia-a-dia, como um conhecimento profundo, ou quando você olha para certas passagens e se identifica, pensando: "não estou só nesse mundo."

Sempre pensei que ao conhecer alguém, não estou conhecendo uma pessoa, apenas. E, sim, estou conhecendo um novo mundo. Afinal, uma pessoa é um mundo. Aquela pessoa ali,pequena, aparentemente inofensiva, de olhos ardendo, pode ter cometas e asteroides circulando sua superficie, ou um mundo de erupções, com criaturas infinitamente feias acompanhando sua jornada. Ou aqueles olhos que tanto dizem em um rosto inexpressivo, podem ser as janelas para a salvação de alguém que precisa disso.

A verdade é que somos uma galáxia em força e poder. Não precisa-se viver para sempre para que a vida seja além do que ela já é: imperdível! Nem que você faça parte dela por segundos, viva.

A verdade é que o ser humano é lindo, complexo, e sua perplexidade diante de uma vida que ele julga ser maior do que ele é fantástica e o torna mais belo ainda.

Sempre pensei em ser escritora para ajudar as meninas do meu tempo a verem além do que elas viam. A descobrir seu próprio mundo... a deixar que eles aflorem. E sempre me julguei, por vezes, a voz de todos os que não conseguem mostrar esse universo para os outros verem. Eu consigo, tantas vezes, ver aquele sol imenso dentro de uma garota cheia de nuvens expectantes por uma chuva que pode abrir o céu, iluminando a vida com matizes e cores nunca antes vistas.

Ah, sim... desta vez, é Sapho falando. Afinal... Afrodite só vê filmes e noticias na internet!

segunda-feira, 24 de maio de 2010

...speachless... breathless... what the f*#$!

Não sei a razão de eu perder meu tempo assistindo filmes de Hollywood. Na verdade, eu sei o motivo: eu gosto. Acho legal os efeitos especiais. Em alguns filmes, você até tira algo interessante.

Mas nesse final de semana assisti a maior afronta ao meu povo: Furia de Titãs.

Tantos erros históricos, tantas gafes, tantas interpretações errôneas (Exatamente pelos erros de pesquisa) me deixaram chocada.

Os efeitos especiais acabam sendo o prato principal e até o Kraken parecia o real, morto por Perseus. E desde quando Zeus tinha aquela roupa prateada??????? Oh... Que desrespeito!

O resto é um monte de baboseira! Desde quando Poseidon teve algo a ver com a transformação de Medusa???? Sniff sniff...
Graças a Zeus eu nem apareci no filme, fui poupada de tanta vergonha!!!! Apesar de que mesmo passando vergonha gostaria de ter feito uma pontinha... só uma! Bem, de qualquer forma, te digo que sou muito mais bela do que aquela Andromeda que selecionaram.

Não levando em conta o lado histório, o filminho é diversão...

Pelo menos nos trailers tive a visita de minhas súditas Miranda, Carrie, Samantha e Charlotte... Elas sabem se divertir! Isso acalentou um pouco a decepção total que tive nessa ida ao cinema. Ainda bem que sou imortal, perder 2 hs com isso sabendo que minha vida está por um fio é insustentável.

Terei que me contentar com minhas lembranças.

quinta-feira, 20 de maio de 2010

"Frankly, my dear, I don't give a damn." - Gone with the Wind

Essa semana foi semana de festa. Aliás, como muitas semanas de festa por aí.
Aniversários de mortais que conhecemos e mandamos convites por e-mail é uma beleza. No mundo moderno, não há tédio para os deuses.

Por isso fica tão dificil armar esquemas com os mortais, trata-los como o povo da Grécia antiga.

Mesmo assim, eu gosto de adentrar um ambiente e se estiver muito monótono... eu admito, mexo meus dedinhos e faço algo acontecer. Alguém se encantar por outra pessoa, e o encanto ser tão sufocante a ponto de acreditar que sua reação é imprescindível para sua vida. A minha influência é só potencializar o que já está presente nos sentimentos da pessoa... potencializar para que seja gerada uma ação. É quase matemática!

E, para dizer a verdade, existe outro lance matemático interessante, que encontra-se em 80% de casos amorosos, namoros, noivados: quer conquistar alguém, diga não.

O "não" nesse caso não seria frequente, mas dito em momentos específicos. Torne-se um craque em saber dizer "não". Torne-se um craque em saber dar importância ao que é importante. As vezes, um não é tudo o que precisa-se para levar muitos "sims".

Veja, por exemplo, Rhett Butler, do filme "...E O Vento Levou".

É um filme simbólico. E o vento levou tudo o que Scarlet tinha. E com muita batalha ela trouxe de volta. Ela batalha o filme inteiro para manter-se firme. Sabia falar "não", sabia ser metida, fresca. Teve que comer cenoura seca e reagiu a tudo!
Rhett era o seu porto seguro, alguém com quem ela poderia contar. E, vaidosa como era, sabia manipula-lo. Até o dia em que ele se foi. Foi dificil para ele ir, ele teve que pensar muito, mas desta vez foi a vez dele falar o "não" que faria Scarlett olhar para todo o mundo que ela tem e que ela construiu. Ele foi sua última perda, a perda do seu seguidor, que alimentava sua vaidade.

E, no fim, ela se desespera, mas no fundo sabia que se reergueria. Afinal, ela conseguiu antes.

Mas pense o quanto de um relacionamento geralmente existe porque existem pessoas que aparentemente "don´t give a damn", e que essa frase sustenta tanta gente que se importa o bastante para tentar fazer o impossivel para manter viva a relação.

Somente cuidado para não dizer "não" demais. Tornar-se um mestre em dizer "não", significa proferi-lo na hora correta!

quarta-feira, 12 de maio de 2010

Marina and the Diamonds...

Hoje quem escreve é a Sappho. Afrodite foi a uma festa e ainda não retornou. De qualquer forma, acredito que ela esteja bem.

Fui a Paris nesse final de semana e cheguei ontem da viagem. Adoraria dizer que estou apaixonada. Mas ainda não. Meu coração ainda está quebrado depois de meu último relacionamento. Adoraria ser como Afrodite que pula de um caso para o outro, contentando-se com o amor temporário. Demoro para me apaixonar, mas quando o faço, é quase irrefreável e impossivel eu não me perder no fogo que isso significa.
Pensei ir a Paris e queimar até virar cinzas nessa chama de prazer e acabei voltando fria e dormente.

Não há problemas. Tudo passa.

O bom de minha ida é que eu acabei descobrindo uma cantora que anda me conquistando cada vez mais: Marina and the Diamonds. Talvez por sua descendência grega e seu sotaque relativamente forte no inglês, eu estou me afeiçoando a sua música. E suas letras tem uma veia latente e interessante no contexto mundial. Tudo é consumido muito rápido, tudo é desperdiçado muito rápido. E para evitar a solidão e o desemprego, as vezes perde-se a auto-estima e degrada-se a personalidade.

"All of us are in your face and whisper 'I'm in the wrong place'
Is there more to lose than gain, If I go on my own again? (On my own again)"
(The Outsider - Marina and the Diamonds)

Essa é a pergunta que estou me fazendo agora. Mas é somente uma fase pós romance fracassado. Tudo um dia passará. Sinto isso há mais de 2620 anos (lembrando-se que nasci em 612 A.C.).

Queria que Afrodite estivesse aqui. Ela me faz rir.

terça-feira, 11 de maio de 2010

hahahahahaha...

Hahahahahahahahahahahahahahahahahahahaha!!!

Seres humanos me matam de rir!!! Hahahahahahahhaa!!

São tantos estratagemas, briguinhas, discussões, egos maiores e cada vez mais dificeis de alimentar e verdades que são facilmente dissolvidas. É bom ver as coisas de cima. Muito bom... e um certo alívio.

Sappho tem seus momentos humanos também. Mas é divertido ver os mundinhos humanos, construidos em medidas proporcionais ao seu tamanho e ao tamanho de sua mente, serem esfacelados por opiniões alheias e verdades ditas absolutas, que em um plano maior representam um absoluto nada...

hahahahahahaha

desculpe... hoje estou ... hahahahah... bem humorada.

Se isso faz humanos felizes, que eles permaneçam assim. Pelo menos, é engraçado. E o que é a vida do outro senão uma grande ficção para quem assiste?

hahahahahahahaha

quinta-feira, 6 de maio de 2010

Sappho diz...

Esta é a primeira vez que escrevo aqui. Hoje minha amiga Afrodite está deitada com sua máscara de aloe e vera e não vai levantar tão cedo depois da festa que participou ontem.

Minha humanidade permite que eu trabalhe e ganhe dinheiro para poder comer, apesar de que poderia viver com os beneficios propiciados pela Afrodite, que já disse que não preciso fazer nada disso. Mas gosto de trabalhar e gosto de escrever e por isso tenho pouco tempo livre.

Bem, falando em pouco tempo livre, eu trabalho freelance. Escrevo minhas poesias sob pseudonimo e componho músicas também sob pseudonimo, em diversas línguas, pois graças a imortalidade , pude aprender além do grego e latim, francês, italiano, inglês, alemão, espanhol e, agora, português. Claro que diferente de Afrodite, eu tive que aprender as línguas. Ela fala todas as língua do mundo naturalmente, pois está em sua divindade compreender.

Hoje o que eu quero falar é mais um desabafo... Apesar de eu trabalhar freelance, tenho que enviar ou entregar meus trabalhos em editoras. No geral, entrego-os ao editor pessoalmente; é um jeito de sair de casa e também conhecer as moças bonitas que costumam trabalhar nas editoras. Quando a editora é fora de SP, fora do país, gosto mais ainda, pois tenho a chance de conhecer outros locais... e pessoas.

Estou de viagem marcada para Bordeaux, na França, ficarei na casa de Julienne, uma amiga muito querida. Beberei vinho e

MAs essa não é a questão. A questão é que nessas idas a editoras, sempre encontro alguém que gosto. Ou alguém que odeio. E quero falar sobre quem odeio atualmente.

Sabe aquelas pessoas que irritam você, profundamente, a ponto de você querer realmente cravar o abridor de cartas na garganta e banhar-se com o sangue que escorrer daquela garganta? Então...esse tipo de irritação.

Sempre tento me convencer de que sou superior, e de que posso ser mais forte do que o ser que me impõe tais sentimentos contraditórios a minha natureza, mas esse vilipendio me enjoa e ofende.

Alguns segundos inspirando e expirando trazem calma e sei que minha tortura não durará mais de 20 minutos, dos quais somente 02 minutos de contato com essa pessoas que diz ser humano.

Fico imaginando como é quando você tem que passar 8,9, 10 horas por dia ao lado de alguém que você odeia. Ao lado de quem despreza você. São seres superiores que conseguem sobreviver a tal encargo e ainda sorrir ao fim de cada dia.

A essas pessoas, devo meu respeito e solicitude. Afinal, em vez de renderem-se a vontade alheia, mantém-se firme aos seus princípios e não rebaixam-se aos outros.

Por Zeus, isso é heróico!

Ao perceber o fardo de sua existência
Ela perceberá o fardo aos outros
Que sua existência provoca
E escolherá ela
A procurar viver como antes
Ou o peso será rebaixado
Remodelado, revitalizado
Os sorrisos serão naturais
E a paixão entre mortais provocará

quarta-feira, 5 de maio de 2010

Espelhos... espelhos...

Eu fico imaginando como seria se pudessemos sair de nossos corpos e ver nossa vida como a um filme. Sabe?
Olhar o nosso corpo levantando ao amanhecer, tomando banho (quando o banho realmente é tomado... tem gente que NÃO toma banho.), escolhando roupa para vestir - ou já pegando a escolhida. E após isso, correndo para pegar seu carro, ou o transporte público para chegar ao emprego. E no emprego, ver-se trabalhando, agindo... sendo o que você é, mas tendo a chance de ver-se.

Ver o que seriamos em situações que exigem que mostremos nosso bom humor. Nosso mau humor. Estar de mal humor e agirmos diferentemente. Ter que engolir em seco quando tudo o que mais se quer é dar um soco na cara de determinado ser vivo.

Assistir como tratamos as pessoas que amamos, que odiamos, que não fazem diferença em nossa existência. Ver a expressão de medo de uma criança quando apanha do pai ou da mãe. Será que ela mereceu? Será que não mereceu?

Analisar como certas situações desenrolaram-se e nossa reação a cada coisa. Cada palavra dita. Cada frase proferida. Cada olhar estirando-se na direção de alguém.

Seria ótimo. Eu tenho o privilégio de ver os seres vivos. De poder entrar em um ambiente e torna-lo melhor ... mais agradável, pois afinal, sou a Deusa do Amor e da Beleza. Tem apenas uma questão: a falta de fé anula meus poderes de ajuda. Tenho os poderes de Deusa: posso ser invisivel, sou linda e ainda tenho o poder de atrair mortais, mas definitivamente não posso alterar a realidade ou o senso de percepção drasticamente.

Voltando: tenho o privilégio de observar os seres vivos, de ver o pior e o melhor deles. De acompanhar sua dor e alegria... sua tristeza e jubilo. É interessante como muitos não tem a menor idéia do que são, de sua capacidade de ferir ou curar. E é frustrante que essa falta de auto-reflexão seja o maior impeditivo para uma vida plena.

Será que é tão dificil sair de si e olhar-se de cima?

segunda-feira, 3 de maio de 2010

Conceitos...

"Too many guys think I'm a concept, or I complete them, or I'm gonna make them alive. But I'm just a fucked-up girl who's lookin' for my own peace of mind; don't assign me yours." - Clementine Kruczinsky. Do Filme Eternal Sunshine of the Spotless Mind.

Eu gosto desse filme. Muito. Porque ele nos leva as raizes de tudo na vida. Ele pega o fim e transforma no inicio de tudo... para depois, nos conduzir ao fim novamente.

Claro está que este filme já deve ter sido dissecado... revirado do avesso... suas falas, engolidas, digeridas, vomitidas, regurgitadas, cagadas... e tudo o mais que um filme com esse nível de profundidade gera.

Mas na minha opinião, em minha opinião como uma especialista em assuntos amorosos, o que me pega nesse filme é essa frase. "Muitos caras pensam que sou um conceito, ou que eu os completo, ou que os tornarei vivos. Mas eu sou só uma garota fodida, procurando por minha própria paz de espírito; não suponha que sou sua".

Pois uma vida inteira, uma realidade toda, pode ser alterada diante dessa premissa: os humanos gostam de culpar os outros por sua miséria. Gostam de dizer que os outros que os afetaram. Gostam de flagelar-se por amor e quase sempre culpam o alvo de seu desejo como o responsável direto por sua angústia.

Mal sabem eles que o motivo de suas chagas cardiológicas, também estão tão confusos quanto eles, tão indecisos, tão perdidos e cheios de angústia... culpando um outro humano por seu próprio inferno particular.

A verdade é que todos os humanos, todos os seres, são dotados de capacidade de curar-se, de seguir em frente, de recuperar-se diante diversos obstáculos, de inúmeras quedas. Pode haver cansaço, pode haver dor, mas o único que pode ser culpado por chegar a uma situação de extremos sofrimento é o próprio sofredor.

As vezes, não entende-se como chegou a tal ponto, mas tudo o que acontece em nossa vida, somente é, ou está, porque houve uma escolha. Essa escolha reflete em todos os humanos, reflete em toda humanidade... e reflete em toda divindade! Afinal, tudo o que ocorre aqui, me afeta. Foi o fato da religião grega estar tão gasta que os deuses se foram. Foi o fato do cristianismo oferecer o arrependimento e o perdão não concedido pela religião celta que Avalon sumiu. A vida é cheia dessas armadilhas, causadas pelas escolhas que todos tomamos. E nesse "todos" incluo eu mesma, como divindade.

Vejo Sappho chorar por moças que deixaram sua vida, vi sua morte e , claro , que ofereci uma nova vida a ela, depois de resgata-la nos Campos Eliseos, para que ela pudesse compreender que sua morte não foi causada por nenhum de seus amores, mas foi causada pela sua queda da montanha. De sua inaptidão para lidar com um futuro... Todos nascemos sós (eu não... eu nasci de Zeus, mas não devo minha vida a ele) e devemos entender que os seres ao nosso redor tornam nossa vida mais agradável, e torna nossa vida uma aprendizado.

O que vejo são pessoas infelizes andando a esmo culpando seus chefes, o governo, ao nascimento de seu filho, o seu marido ou esposa, o namorado que não deu certo ou até o time perdedor de uma competição esportiva pelo ódio em seu coração e por sua vida ser um desastre. MAs cabe apenas a essas próprias pessoas entenderem que elas seguram a chave por sua cura. Ou, pior, culpam-se infinitamente por sua vida não evoluir, sendo que quando vocÊ se olha no espelho e pensa ser a pior pessoa... ou a melhor, já está cego.

E o pior é que todos dizem isso... e que muitos sabem disso. Mas saber e fazer sempre teve uma grande distância em conceito humano, não é?

terça-feira, 13 de abril de 2010

Eu não sei quem você é... só sei que tenho medo...

Tem um demônio atrás de mim. Ele não parece uma demônio, mas eu sei que é. Eu sinto. Eu vejo.

Seu rosto por trás daquela máscara polida é horrível e seus pensamentos são asquerosos. Ele só pensa em fazer o mal. Ele apenas não sabe que é um demônio. Ele pensa que possuir crianças e bater em mulheres é algo de seu instinto. Inerente. Ele deseja que seja perdoável e por isso ele frequenta a igreja cristã. Ele vai a missa e pede perdão por seus pecados. E ao chegar em casa, ele vira o demônio, novamente.

Eu não acredito em perdão; eu acredito em Zeus, que sempre puniu aqueles que abalavam a estrutura de seu reino e seu Olimpo.

E eu não gosto de demônios. Nessa cidade, tem muitos. O mal que está instalado em cada um. O rosto inocente encobrindo a máscara de ódio e crueldade. O bom moço que estupra moças; a boa menina que bate no filho bebê.

O interessante é que esta é a forma que todos encontram para perpetuar a educação recebida dos pais, exemplo dado por eles. Apegar-se as coisas ruins fazem parte do ser humano. Ser negativo, ser feio, ser problemático. Por que esses mortais tem que ser assim?

Tenho medo de demônios, tenho medo de medo mesmo! Nunca se sabe o que esperar deles, exceto que eles vão te machucar.

terça-feira, 6 de abril de 2010

Drinks all around...

Tivemos do dia 02/04 a 04/04, feriado religioso. Qual, isso não importa. Mas não é minha religião.

Nessas épocas, somos chamados para festa no Olimpo. Particularmente, eu ADORO essas festas. Todos os Deuses estão lá! E todos são lindos, e lindas. Semi-deuses também. Os imortais também.

Um dia eu ainda pego o Hércules!

E, sinto em informar a todos, mas apesar de bem divertido e bem-feito, Xena não existiu. É horrível desapontar a todos e eu sou muito fã do seriado, mas a personagem é somente uma personagem. Sorry you all! Mas assistam a série assim mesmo!! É ótima!

Voltando... eu adoro as festas no Olimpo. Ali temos chance de beber do melhor, comer do melhor, escolhermos os mortais que queremos que nos acompanhem...

Sappho, por não ser deusa, poderia escolher se iria e resolveu ficar na cidade, indo as sessões de cinema cult. Afff....

Como faltou Sappho, resolvi não levar ninguém.

O mais legal de tudo é que voltei me sentindo renovada e pronta para esta cidade. Mas quem viu minha cara de decepção ao ver a chuva que cai inóspita e inexoravelmente, só riria. Só me faz querer ficar em casa, assistindo filmes e séries. Ou dormindo...
Nem para passear no shopping e me exibir com as inúmeras sacolas tenho pique.

Sono agora... vou dormir...

Fiquem em paz...

quinta-feira, 1 de abril de 2010

"Play it again, Sam..."

assim disse Rick, para Sam. Tudo para afogar suas mágoas. Sappho adora esse filme.

Todos sabem o que é feriado. É um dia muito especial em que as pessoas não trabalham... boa parte delas, pelo menos. As vezes por motivos religiosos, homenagem a um mártir, aniversário da cidade... etc..

As pessoas contam os feriados durante o ano para saber quando vão viajar. Programam-se, guardam dinheiro. Geralmente, viajam para a praia, ou para o campo, deixando São Paulo a mercê dos que amam a cidade “vazia”. São Paulo nunca está vazia. Mas , mesmo assim, fica menos cheia. A qualidade de vida no feriado aumenta. O corpo cansado da rotina de trabalho exala inquietude, exige distração dos vícios de postura e pede festas em casa, churrascos, passeios no parque, almoços e jantares fora, danceterias, barzinhos com amigos. Respirar o ar diferente. Tentar recuperar o fôlego para o inicio de outra semana.
E tem aqueles que simplesmente rumam seus carros para o campo ou praia.

Ou seja, a rotina para os feriados é tão latente como a rotina para o dia-a-dia. Porém, por acontecer com menos freqüência, parece que não é rotina. Mas é. De verdade.

É como Zeus dizer que não se enamorou por outra mortal e como Juno dizer que não se importa com seu ciúme. Para tudo há rotina nessa cidade. Seja para o bem ou para o mal.

Não é uma reclamação que fique bem claro, mas uma constatação saudável.

Minha recomendação é que todos aproveitem o feriado... e se ficarem por aqui, resolverem visitar a região da Paulista, me avisem. Pretendo comer um pedaço de bolo no Melhor Bolo de chocolate do mundo, que é divino. E depois disso, tomar um café no Suplicy, seguir em frente até a Augusta, passear na Galeria Ouro Fino, subir a augusta, bem devagar... e ir até ao cineclube para uma sessão de cinema. Passar a imortalidade por aqui é muito divertido!

Sappho, por sua vez, não estará comigo. Está, no momento, indo para a praia, encontrar alguém que conheceu pela internet. E como boa parte da cidade, está presa no trânsito. Afinal... ela é imortal, mas não é uma deusa, né?

quarta-feira, 31 de março de 2010

Espelho, espelho meu...

Oprah Winfrey disse: "Finalmente percebi que ser grata ao meu corpo era a chave para eu me amar mais."

Eu sei que sou bela e sei que sou desejada. Isso pode ser uma faca de dois gumes. É bom, eu não nego. Sou alimentada pelo desejo alheio. E é esse desejo que me torna mais bela. E é o fato de eu me tornar mais bela que sinto necessidade de espalhar amor aos outros.

Sei que nenhuma mulher se equipara em beleza a mim, mas consigo reconhecer as que possuem minha influência em seus nascimentos. A constelação queimava no céu na data de nascimento de algumas mulheres, minhas filhas mortais, digamos assim.

Cachorros reconhecem-se cheirando os rabos um do outro. Neste caso, eu consigo ver os rabos masculinos (e alguns femininos, mais discretos) balançando impacientes por uma dose de atenção dessas mortais. Causa de discórdia, causa de briga entre as nações, como no caso de Helena de Tróia. E, por vezes, causa de amor eterno, basta um empurrãozinho.

O interessante é que por ser um jogo divertido, os cobiçadores entretem-se com a luta por chamar atenção. E é nesse jogo que eu encontro minha diversão. E é nesse ponto que sinto por Sapho.Ela sofre tanto por amor que fui obrigada a oferecer-lhe vida eterna, até quando ela quisesse, claro. E ela aceitou.

Poesia de Sapho:

"Semelhante aos deuses parece-me que há de ser o feliz
mancebo que, sentado à tua frente, ou ao teu lado,
te contemple e, em silêncio, te ouça a argêntea voz
e o riso abafado do amor. Oh, isso - isso só - é bastante
para ferir-me o perturbado coração, fazendo-o tremer
dentro do meu peito!
Pois basta que, por um instante, eu te veja
para que, como por magia, minha voz emudeça;
sim, basta isso, para que minha língua se paralise,
e eu sinta sob a carne impalpável fogo
a incendiar-me as entranhas.
Meus olhos ficam cegos e um fragor de ondas
soa-me aos ouvidos;
o suor desce-me em rios pelo corpo, um tremor (...)"

Ela escreveu essa quando percebeu que Atis, sua favorita em sua escola, estava apaixonada por um rapaz. Gosto de Sapho e amaldiçoei Atis por não ama-la como Sapho merecia. E nessa cidade, apesar de tudo, Sapho diverte-se e sofre por aqueles que não conseguem amar... sua produção de poesias aumentou intensamente, com tanta matéria-prima, mas ela não quer me mostrar nada ainda. Suas preferidas são aquelas que o amor acontece a primeira vista, ou quando não há reciprocidade na atração ou paixão.

E hoje, pensativa, penso se o amor seria somente motivado pela beleza... ou pelo fato de acharmos que amamos o que não podemos ter... até ter.